quinta-feira, julho 28, 2005

33 - HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO - Infohabitar 33

 - Infohabitar 33

Humanização e vitalização do espaço público (Tópicos IX e X): PAISAGEM URBANA MODELADA, MARCADA PELA PEQUENA ESCALA EM ESPAÇOS AMIGOS DAS CRIANÇAS E DOS IDOSOS

HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
X Tópicos
  (vizinhanças de proximidade, sequências, sítios únicos e níveis de privacidade)
(i) Vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes
(ii) Sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade
 (eixos urbanos habitados, pormenorizados, estimulantes e conviviais)
(iii) Trechos de vida colectiva com desenho urbano de pormenor
(iv) Eixos e pólos urbanos regeneradores dos sistemas de convivência
 (vizinhanças reforçadas, claro ordenamento e escala humana)
(v) Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais
(vi) Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana
 (integração entre interior e exterior, pormenorização, protagonismo do verde urbano
 e caracterização)
 (vii) Um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores bem 
pormenorizados
(viii) A grande importância do verde urbano e o vital papel da 
caracterização
 (paisagem urbana modelada, marcada pela pequena escala em espaços amigos das
 crianças e dos idosos)
(ix) A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
(x) Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos idosos
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico IX de X:
A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
A grande prática que deve ser seguida no bem fazer pequenos e bem configurados espaços exteriores e a grande prática da pormenorização que deve preencher e dar uma verdadeira alma aos grandes espaços públicos exteriores.
Nas imagens: primeiro, um recanto residencial e urbano da Cooperativa de Habitação Massarelos, Porto (1995), projectada pelos arquitectos Francisco Barata e Manuel Fernandes Sá; depois, um recanto urbano e residencial da Cooperativa Coobital, Faro (1991), projecto do Arq. Lopes da Costa.



É essencial um grande cuidado na modelação da paisagem urbana, pois é esta que acompanha, complementa e caracteriza o espaço público dando-lhe boa parte dos seus conteúdos funcionais e de imagem; trata-se de níveis consecutivos de cenários, distintos mas ligados, trata-se de uma essencial relação de integração por continuidades e por contrastes cuidadosos.
Nas imagens: primeiro, um pormenor urbano e residencial de um conjunto de habitação de interesse social no Bairro do Ilhéu, promovido pela Câmara Municipal do Porto (2001), projectista coordenador Arq. Manuel Correia Fernandes; depois, um pormenor residencial e urbano do conjunto em Molar, promovido pela Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar (2004), projecto do Arq. Carlos Costa Pinto.



António Baptista Coelho, abc@lnec.pt
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico X de X:
Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos mais velhos
Fazer cidade habitada e amigável, cidade ligada ao clima e à paisagem, cidade em si própria paisagem urbana e humana, cidade que acompanha e enriquece quem a habita, cidade que apoia quem a habita, proporcionando, ao longo das suas ruas e outros espaços coesos, contínuas e graduais aulas de vida e de sociedade, aos mais novos, amparando-os e estimulando-os, num quadro global seguro e formativo, enquanto acarinha, envolve e protege os mais velhos, os mais lentos, dando-lhes condições de tranquilidade urbana, de estadia e de convívio mitigado no exterior.
Assim se dá mais tempo e qualidade de vida, directa e indirectamente, nos variados e estimulantes cenários que são oferecidos e numa vitalidade diária que pode cativar em cada esquina, em cada praceta, em cada esplanada e em cada pequeno jardim.
Fazer cidade habitada e amiga das crianças e dos mais velhos é fazer uma cidade que serve melhor aqueles que mais a usam e aqueles que mais vida lhe dão, e que naturalmente são aqueles que precisam de condições urbanas de segurança, acessibilidade e conforto mais cuidadas, e fazer esta cidade não é apenas fazer alguns espaços específicos para as diversas idades, que também são precisos naturalmente, mas é, sim, essencialmente, fazer uma cidade arquitectónica e culturalmente válida, espacialmente integrada e socialmente solidária e viva.
Todas as imagens atrás escolhidas para ilustrar o papel da pequena escala e da modelação da paisagem urbana, assim como, boa parte ou mesmo a totalidade das imagens desta série sobre a humanização e vitalização do espaço público servem para ilustrar este último tópico, que visa os espaços públicos amigos das crianças e dos mais velhos; mas para concluir esta série juntam-se três imagens ilustrativas da importância desta condição e relativas ao Bairro Padre Cruz, promovido pela CM de Lisboa, em 1992, projectado pela Arq.ª Rosa Leitão (CML DCH) e recentemente exemplarmente melhorado e requalificado, nos seus espaços exteriores, pela GEBALIS Gestão dos Bairros Municipais EM. O desafio que se deixa é uma luta sem tréguas por não mais se fazer mal o espaço urbano, quando os bons exemplos estão aqui tão perto e tão vivos. E fazer bem o espaço urbano passa por fazer espaços naturalmente formativos, emocionantes, protectores e confortáveis.





quarta-feira, julho 27, 2005

32 - INTEGRAÇÃO ENTRE INTERIOR E EXTERIOR, PORMENORIZAÇÃO, PROTAGONISMO DO VERDE URBANO E CARACTERIZAÇÃO HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO - Infohabitar 32

 - Infohabitar 32

Humanização e vitalização do espaço público (Tópicos VII e VIII): INTEGRAÇÃO ENTRE INTERIOR E EXTERIOR, PORMENORIZAÇÃO, PROTAGONISMO DO VERDE URBANO E CARACTERIZAÇÃO HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO

X Tópicos
  
(vizinhanças de proximidade, sequências, sítios únicos e níveis de privacidade)
(i) Vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes
(ii) Sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade
 
(eixos urbanos habitados, pormenorizados, estimulantes e conviviais)
(iii) Trechos de vida colectiva com desenho urbano de pormenor
(iv) Eixos e pólos urbanos regeneradores dos sistemas de convivência
 
(vizinhanças reforçadas, claro ordenamento e escala humana)
(v) Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais
(vi) Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana
 
(integração entre interior e exterior, pormenorização, protagonismo do verde urbano
 e caracterização)
 (vii) Um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores bem 
pormenorizados
(viii) A grande importância do verde urbano e o vital papel da 
caracterização
 
(...)
(ix) A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
(x) Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos idosos
 
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico VII de X:
Um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores bem pormenorizados
Tal como tão bem disse, Ken Kern, o espaço urbano é um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores, um espaço construído e tornado legível por hierarquias e estruturado por transições e continuidades, que vão lembrando o que fica para trás e antecipando agradavelmente o que está para a frente, numa sequência ramificada que se quer sempre bem presente e clara.
Na imagem a excelente vizinhança urbana e residencial de habitação de interesse social do Monte de São João, promovida pela Câmara Municipal do Porto (2003), com projecto dos arquitectos Rui Almeida e Filipe Oliveira Dias.

Nas vizinhanças próximas urbanas e residenciais, que são os principais e “primeiros” elementos de uma cidade coesa, humanizada e vitalizada, é fundamental a importância da boa forma geral e da boa pormenorização pois aqui estamos no mundo da proximidade, sítio de olhares muito frequentes e muito chegados, sítio com muitas e exigentes funcionalidades, sítio vital de transição entre o mundo privado de cada um e o mundo público e citadino que é de todos, sítio que quando falta ou quando defeituoso acarreta inúmeros problemas.
Na imagem a primorosa vizinhança de proximidade do Contrato de Desenvolvimento de Habitação de interesse social da empresa Sedengil em Milheirós, Maia (2001), projecto do Arq. João Carlos Santos.

António Baptista Coelho, abc@lnec.pt
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico VIII de X:
A grande importância do verde urbano e o vital papel da caracterização
A variedade, a riqueza, a atractividade e a agradabilidade do jardim residencial de vizinhança, um modelo de espaço público cujo interesse funcional e de imagem ao nível vicinal e urbano e cuja importância estão ainda longe de serem justamente reconhecidos, seja para o recreio e lazer, seja para a formação dos mais novos e para o dia-a-dia dos mais velhos, seja para o convívio entre todos, seja para o equilíbrio microclimático local, seja para a própria saúde psicológica dos residentes.
Na imagem um jardim residencial de vizinhança do conjunto da Cooperativa Coociclo, em Telheiras, Lisboa (1989), projecto coordenado pelo Arq. Duarte Nuno Simões.

Tal como diz Christian Norberg-Schulz o carácter e a caracterização é mesmo o verdadeiro assunto da arquitectura, um assunto que marca o edificado e transborda sobre os exteriores contíguos de uma forma que tem de ser natural para ser efectiva e culturalmente válida. Não podemos fazer espaços urbanos e residenciais sem forma própria e sem identidade, afinal estamos a construir, melhor ou pior, uma cidade que vai durar.
Na imagem o conjunto de habitação de interesse social promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim em Rates (2000), projecto do Arq. J.J. Silva Garcia.

António Baptista Coelho, abc@lnec.pt

segunda-feira, julho 18, 2005

31 - Humanização e vitalização do espaço público (Tópicos V e VI): VIZINHANÇAS REFORÇADAS, CLAREZA DE ORDENAMENTO E ESCALA HUMANA - Infohabitar 31

 - Infohabitar 31
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
X Tópicos
 
 
(vizinhanças de proximidade, sequências, sítios únicos e níveis de privacidade)
(i) Vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes
(ii) Sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade
 
(eixos urbanos habitados, pormenorizados, estimulantes e conviviais)
(iii) Trechos de vida colectiva com desenho urbano de pormenor
(iv) Eixos e pólos urbanos regeneradores dos sistemas de convivência
 
(vizinhanças reforçadas, claro ordenamento e escala humana)
(v) Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais
(vi) Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana
 
(...)
(vii) Um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores bem 
pormenorizados
(viii) A grande importância do verde urbano e o vital papel da 
caracterização
 
(...)
(ix) A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
(x) Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos idosos
 
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
(tópicos V e VI)
vizinhanças reforçadas, clareza de ordenamento e escala humana
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico V de X:

Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais

Relação com a envolvente e com a colectividade servida por uma atractividade geral e espacial ao nível de um micro-urbanismo que reforça a presença da vizinhança de proximidade e suscita adesão, marcando uma relação de proximidade que é também ponte de relação com a envolvente.
Na imagem um conjunto de habitação de interesse social no Sítio do Tranqual, na Ribeira Brava, Madeira (2004), Contrato de Desenvolvimento de Habitação promovido pela empresa Mesquita, José Gonçalves, com projecto do Arq. Marco António Telmo de Sousa.

Tal como disse Francisco Keil do Amaral, muito mais importante do que muitos outros aspectos, é assegurar “edifícios correntes com boa qualidade arquitectónica e bem agrupados.” Assim se pode estruturar o exterior urbano e residencial com naturalidade e coerência – podemos sempre lembrar que o que parece mais simples provavelmente foi aquilo que foi melhor e mais longamente pensado e preparado.
Na imagem mais um pequeno pedaço de cidade viva e humana, uma rua das células sociais do Bairro de Alvalade (Lisboa), com projecto urbano de meados dos anos 40, realizado pelo Arq. Faria da Costa.

António Baptista Coelho, abc@lnec.pt
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico VI de X:

Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana

A humanização e vitalização dos espaços públicos decorre sempre de um claro ordenamento de edifícios e espaços exteriores urbanos; um ordenamento urbano que se quer adequado e bem legível.
Isso acontece aqui, no conjunto de habitação de interesse social da Travessa do Sargento Abílio, em Benfica, promovido pela Câmara Municipal de Lisboa (2001), com projecto do Arq. Paulo Tormenta Pinto, em que se aliou uma estrutura urbana funcional e uma imagem urbana humanizada, à dominância pedonal e à reestruturação funcional e de imagem da respectiva envolvente.

Quando dirigimos atenção para a humanização e vitalização dos espaços públicos temos de atender de forma específica a uma questão de escala do edificado, uma escala que tem de se harmonizar com o tecido urbano envolvente, mas que, acima de tudo, cada vez mais, tem de ser uma escala com referências directas à escala humana.
Em tudo isto é fulcral o papel das fachadas dos edifícios, fachadas que evidenciam, por vezes, o corte entre a rua e o fogo, mas outras vezes amplificam a articulação entre esses dois mundos – a pequena rua do muito humano e integrado conjunto de habitação de interesse social da Fontinha promovido pela Câmara Municipal do Porto (2001) com projecto coordenado pelo Arq. Rui Passos Mealha.


Lisboa, Encarnação, 18 de Julho de 2005
António Baptista Coelho, abc@lnec.pt

segunda-feira, julho 11, 2005

30 - Humanização e vitalização do espaço público (Tópicos III e IV): eixos urbanos habitados, pormenorizados, estimulantes e conviviais - Infohabitar 30

 - Infohabitar 30

HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
X Tópicos
 
 
(vizinhanças de proximidade, sequências, sítios únicos e níveis de privacidade)
(i) Vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes
(ii) Sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade
 
(eixos urbanos habitados, pormenorizados, estimulantes e conviviais)
(iii) Trechos de vida colectiva com desenho urbano de pormenor
(iv) Eixos e pólos urbanos regeneradores dos sistemas de convivência
 
(...)
(v) Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais
(vi) Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana
 
(...)
(vii) Um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores bem 
pormenorizados
(viii) A grande importância do verde urbano e o vital papel da 
caracterização
 
(...)
(ix) A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
(x) Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos idosos
 
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
(tópicos III e IV)
eixos urbanos habitados, pormenorizados, estimulantes e conviviais
Tópico III de X:
Trechos de vida colectiva com desenho urbano de pormenor
Muita da vitalidade urbana se joga na adequada previsão de trechos de vida colectiva, funcionais, com uma imagem urbana atraente mas sóbria e capazes de dinamizar funções tão correntes e fundamentais como o variado recreio/lazer na rua, numa forte relação entre função, forma e contexto urbano.
Na imagem uma intervenção de regeneração urbana e de habitação de interesse social da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, na Quinta do Guarda Livros (2001), projecto do Arq. Paulo Alzamora.


O desenvolver de uma escala pública em que uma imagem humanizada se liga a exigências fortíssimas em termos funcionais, de durabilidade e de capacidade de comunicação de imagens/formas. Trata-se aqui de recolocar o desenho e a morfologia urbana de pormenor no centro da mais premente actualidade da produção da cidade.
Tudo isto bem presente no pequeno Bairro do Telheiro, conjunto de habitação de interesse social promovido pela Câmara Municipal de Matosinhos (2002) com projecto do Arq. Manuel Correia Fernandes.


HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico IV de X:
Eixos e pólos urbanos regeneradores dos sistemas de convivência
Desenvolver sequências de espaços públicos – e de pequenos trechos urbanos – que se constituam em verdadeiras “colunas vertebrais” de partes de uma cidade que assim se irá habitando. Naturalmente que a escala humana e a pormenorização servem e amplificam a força funcional e de imagem destes trechos.
Na imagem o Bairro do Alto da Loba, promoção de habitação de interesse social da Câmara Municipal de Oeiras (1993) com projecto dos Arquitectos Nuno Teotónio Pereira e Pedro Botelho.


Fazer espaços públicos humanizados e vitalizados é, essencialmente, (re)fazer uma cidade que se deseja (re)constituída nos seus sistemas de convivência.
Dizer que esta convivência já não faz parte dos actuais modos de vida é apenas desculpar o não querer ou mesmo o não saber fazer esses espaços que se querem naturais incentivadores do convívio, convívio que nasce logo à porta de casa, como aqui, na unidade João Barbeiro, conjunto de habitação de interesse social, em Beja (1978/84), projectado pelos Arquitectos Raúl Hestnes Ferreira e Manuel Miranda.


 
 
António Baptista Coelho, Encarnação, Lisboa, 11 de Julho de 2005

abc@lnec.pt



sábado, julho 02, 2005

29 - Humanização e vitalização do espaço público (Tópicos I e II): vizinhanças de proximidade, sequências, sítios únicos e níveis de privacidade - Infohabitar 29

 - Infohabitar 29

O Infohabitar irá editar X “tópicos” ilustrados sobre a vital e actual temática da humanização e vitalização do espaço público.
A sequência de saída dos “tópicos” será aproximadamente semanal, editando-se, de cada vez, dois “tópicos”.
Anexam-se, assim, de imediato e sequencialmente:
· a listagem completa dos X “tópicos” considerados;
· e os dois primeiros tópicos, a saber: (i) vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes, e (ii) sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade.
Lisboa e Encarnação, 1 de Julho de 2005
António Baptista Coelho
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
X Tópicos
(i) Vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes
(ii) Sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade
(iii) Trechos de vida colectiva com desenho urbano de pormenor
(iv) Eixos e pólos urbanos regeneradores dos sistemas de convivência
(v) Vizinhanças de proximidade reforçadas, sóbrias e naturais
(vi) Claro ordenamento urbano com referências directas à escala humana
(vii) Um conjunto integrado de espaços interiores e exteriores bem pormenorizados
(viii) A grande importância do verde urbano e o vital papel da caracterização
(ix) A boa prática da pequena escala e da modelação da paisagem urbana
(x) Espaços públicos urbanos amigos das crianças e dos idosos


HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico I de X:

Vizinhanças de proximidade protectoras e sequências estimulantes


Bolsas de vizinhança de proximidade protectoras, conviviais, com dimensão pequena e claramente configurada e uma imagem urbana humanizada e muito apropriável, configuram espaços públicos extremamente agradáveis e positivamente caracterizados, nos quais a arquitectura dos pequenos edifícios se “apaga” também de uma forma positiva, o que interessa aqui é que estamos em presença de um pequeno pedaço de cidade.
Na imagem uma pequena rua em “impasse” das células sociais do Bairro de Alvalade (Lisboa), com projecto urbano de meados dos anos 40, realizado pelo Arq. Faria da Costa.

As sequências estimulantes de pequenos, demarcados e bem articulados e harmonizados cenários residenciais constituem os elementos fundamentais do urbanismo de pormenor, que é aquele sobre o qual quase tudo se deve fazer na arquitectura urbana.
Na imagem um dos interessantes pequenos conjuntos de habitação de interesse social da Câmara Municipal de Vila do Conde (2004), em Rio Mau, projecto do Arq. Miguel Leal.

António Baptista Coelho, abc@lnec.pt
HUMANIZAÇÃO E VITALIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Tópico II de X:

Sítios “únicos” e variados e gradações de privacidade


É essencial desenvolver sítios “únicos” e variados, que promovam a fundamental diferenciação entre lugares e assegurem emoção na percepção do espaço urbano habitado.

Na imagem um conjunto urbano de habitação de interesse social integrador de uma paisagem bem urbana, bem naturalizada, marcada pelo pormenor e por uma equilibrada diversidade, no Bairro da Floresta, um Contrato de Desenvolvimento de Habitação da empresa Edifer – Construções Pires Coelho & Fernandes, em ligação com a Câmara Municipal de Sines (2004), projecto dos arquitectos Rui Guerreiro e Fernando Raimundo.

As soluções urbanas e residenciais que se queiram caracterizar por espaços públicos humanizados e vitalizados devem oferecer condições de grande integração entre espaços mais privados (dos fogos e contíguos a estes), espaços mais urbanos e espaços de transição.
Tais condições exemplificam-se nesta imagem da Av. da Igreja, ao longo das células sociais do Bairro de Alvalade (Lisboa), com projecto urbano (anos 40) do Arq. Faria da Costa; muito se pode resolver e enriquecer com uma boa programação urbana funcional e de imagem.




António Baptista Coelho, abc@lnec.pt