domingo, janeiro 30, 2011

331 - Sessão de Homenagem a Nuno Teotónio Pereira e novo artigo " DOMESTICIDADE" - Infohabitar 331

Infohabitar, Ano VII, n.º 331

Sessão de Homenagem a Nuno Teotónio Pereira e novo artigo " DOMESTICIDADE. Relação de proximidade entre indivíduo, espaço e habitabilidade "
, de Célia Faria
A presente edição do Infohabitar está dividida em duas partes:




Fig. 01

Uma primeira parte em que se convidam os leitores para a Sessão de Homenagem a Nuno Teotónio Pereira, que terá lugar no próximo dia 5 de Fevereiro de 2011, pelas 16 horas, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Rua Camilo Castelo Branco, 4 (ao Marquês de Pombal), Lisboa.
Notas importantes: Os textos que divulgam esta sessão são da responsabilidade dos organizadores da referida sessão: o Infohabitar limitou-se a participar na sua divulgação.
As imagens que acompanham os textos são do arquivo do Grupo Habitar, ao qual Nuno Teotónio pertence, desde a sua fundação, como Membro de Honra.
Fig. 02
E uma segunda parte em que se edita um novo artigo, neste caso intitulado " DOMESTICIDADE. Relação de proximidade entre indivíduo, espaço e habitabilidade ", um artigo de Célia Faria e um tema que parece feito à medida para acompanhar o convite para a Sessão de Homenagem a Nuno Teotónio Pereira.




Sessão de Homenagem a Nuno Teotónio Pereira – 5 de Fevereiro de 2011, 16 horas

Por iniciativa de um grupo de amigos, e com a participação do homenageado e de Jorge Sampaio, a sessão terá como principal objectivo realçar o papel de um dos grandes protagonistas da resistência nas últimas décadas da ditadura, que nunca abandonou a participação política e cívica mesmo depois do 25 de Abril.

Esteve na origem de duas importantes cooperativas fundadas nos anos 60 – a Pragma e a Confronto – que serão especialmente evocadas na referida sessão, durante a qual será lançado, em Lisboa, o livro de Mário Brochado Coelho, «Confronto – Memória de uma cooperativa cultural» (Afrontamento).
Local: Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Rua Camilo Castelo Branco, 4 (ao Marquês de Pombal), Lisboa; Data: 5 de Fevereiro, das 16:00 às 18:00 (Segue-se convívio)



Fig. 03

A Sessão contará com intervenções de Jorge Sampaio, Mário Brochado Coelho e Júlio Pereira (coordenação de Joana Lopes), na presença do homenageado. Igreja do Sagrado Coração de Jesus

Organização: Alberto Magalhães, Joana Lopes, Jorge Pires da Conceição, Júlio Pereira (Afrontamento) e Mário Brochado Coelho

(Durante a sessão, será lançado em Lisboa o livro de Mário Brochado Coelho, Confronto – Memória de uma Cooperativa Cultural (Afrontamento)



Fig. 04: no LNEC, quando da cedência da sua colecção de urbanismo e habitação ao Laboratório; onde se encontra, já hoje, devidamente organizada e concentrada num núcleo documental específico, integrado na Biblioteca do LNEC.

HOMENAGEM A NUNO TEOTÓNIO PEREIRA
A Pragma e a Confronto nas últimas décadas da ditadura
«A década de 60 do século passado e os anos que se seguiram até ao 25 de Abril foram vividos com uma intensidade extrema, com grandes entusiasmos e dolorosas rupturas, corresponderam ao canto do cisne da ditadura sem que então o pudéssemos adivinhar» (Joana Lopes no Prefácio do livro CONFRONTO – Memória de uma Cooperativa Cultural).


De entre as iniciativas estruturadas levadas a efeito por grupos de pessoas não alinhadas em torno das referências polarizadoras que então faziam resistência ao Regime (PCP, velhos republicanos e pessoas da génese do futuro PS), salienta-se a criação das cooperativas de acção e dinamização cultural PRAGMA (1964-1972), em Lisboa e CONFRONTO (1966-1972), no Porto, tendo em boa medida como referência os passos para «aggiornamento» dados então pela Igreja Católica e despoletados por João XXIII.

As intenções de actividade então publicitáveis estão bem sintetizadas no texto de César Oliveira e José Carlos Marques: «A cooperativa é um lugar geométrico de possibilidades. Pessoas há que vêem nela um centro cultural com possibilidades de se tornar criador. E muitas mais pessoas poderão criar iniciativas, se o quiserem. No nosso meio, não há muitas razões para desperdiçar as mais ténues possibilidades de renovação, invenção, trabalho sério».

Uma pessoa, em Portugal, pela sua acção, espírito de iniciativa e de incentivação, teve enorme responsabilidade e protagonismo na criação destas cooperativas, de cuja existência é indissociável, sendo mesmo um dos primeiros dirigentes da PRAGMA: o arquitecto Nuno Teotónio Pereira!

É com este pano de fundo que iremos no próximo dia 5 de Fevereiro, pelas 16 horas, homenagear Nuno Teotónio Pereira, evocando o papel que a PRAGMA e a CONFRONTO tiveram na resistência, na fase final da ditadura de Salazar e Caetano, aproveitando ainda para lançar em Lisboa o livro de Mário Brochado Coelho «CONFRONTO – Memória de uma Cooperativa Cultural».

Esse evento terá lugar na sala de conferências da Igreja do Santíssimo Coração de Jesus, na Rua Camilo Castelo Branco, em Lisboa, obra emblemática dos arquitectos Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas, que recebeu em 1975 o Prémio Valmor da Câmara Municipal de Lisboa e que em Novembro de 2010 passou a Monumento Nacional por Decreto governamental.

Este evento constituirá também uma boa oportunidade de reencontros e do que daí, obviamente, possa resultar.


Naturalmente, o Infohabitar, o Grupo Habitar e o Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do LNEC associam-se a esta homenagem a Nuno Teotónio Pereira.

o editor do Infohabitar
António baptista Coelho

Artigo da semana no Infohabitar

DOMESTICIDADE. Relação de proximidade entre indivíduo, espaço e habitabilidade. por Célia Faria
Nota importante: as duas imagens de pinturas de Paula Rego foram retiradas da internet do site: http://www.saatchi-gallery.co.uk/artists/paula_rego.htm - salientando-se que a qualidade das mesmas e a sua reduzida dimensão pouco correspondem à qualidade dos respectivos quadros.
“El hablar de domesticidad es describir un conjunto de emociones percibidas, no un solo atributo aislado.”(1)


Entre os conceitos de habitante, espaço habitável e habitação existe uma relação complexa. É necessário compreender essa relação para se trabalhar a noção de DOMESTICIDADE como resultado da experiência de um espaço “qualificado”, o espaço habitado. Neste sentido, habitação deve ser entendida como inscrição no espaço e no tempo com uma vinculação ao lugar e à memória, isto é, à própria identidade do ser.

Precisamente, a ideia de domesticidade diferencia-se da de espaço pela presença da experiência. A domesticidade está relacionada com o processo fenomenológico da percepção e da experiência do mundo por parte do corpo humano.



Fig. Quadro de Paula Rego - the maids (1987), imagem retirada do site
http://www.saatchi-gallery.co.uk/artists/paula_rego.htm

A discussão contemporânea sobre a temática da domesticidade surge como consequência da ameaça da erosão da identidade dos lugares, pela sobreposição do global, pela justaposição de um sistema de relações, objectos e signos que a modernidade construiu independentemente das particularidades dos lugares, impondo-se-lhes.

Diante da perseguição de uma nova realidade baseada em arquitectura nómada, espaços mediáticos, não-lugares e interconexões no ciberespaço, torna-se pertinente questionar sobre o alcance da crise da ideia de domesticidade, enquanto função de legibilidade e identidade.

Não é o método nem o uso que faz do contexto, como ponto de partida para uma resposta localizada, nem o saber oficinal que lhe está associado que se questiona, mas sim o modo como se olha para a apropriação do espaço, o significado que este pode adquirir com a tradução da experiência humana.

Torna-se, assim, indispensável repensar o espaço e os significados da nossa existência no espaço. Desde que se dá esta reflexão sobre o pensamento no espaço e a arquitectura, o conceito de domesticidade é necessariamente convocado. A domesticidade enquanto experiência de pensamento e a arquitectura como essa experiência concretizada.

Se a vida, por um lado, se tornou mais fácil com o desenvolvimento e a rapidez dos meios de transporte e de comunicações, por outro lado, tem levado a humanidade a um constante desafio, sobreviver num mundo extremamente acelerado e homogéneo.


Fig. Quadro de Paula Rego - "the family" (1988), imagem retirada do site
http://www.saatchi-gallery.co.uk/artists/paula_rego.htm

No entanto a domesticidade permite uma síntese entre cultura e civilização que resiste à homogeneização universal. É o pólo cognitivo onde se pode apreender usos e sentidos. Expressão da singularidade, considerando a funcionalidade que possui face à universalidade que emerge com o processo de globalização.

A domesticidade institui um espaço. É um espaço ponderado, apropriado aos nossos sentidos (um espaço que nos convém, um espaço sensível) mas também um espaço orientado e de orientação (que responde à questão: onde estamos nós?), um espaço que dá lugar aos sentidos, ao pensamento. A domesticidade decorre do habitar, acção pela qual se processa a existência.

Este habitar é uma realidade mediatizada por um antes, um depois e os seus envolventes, requerendo uma harmonia entre coração, cabeça e técnica, e é entendido no sentido de fazer casa, ou seja, «encasar» o espaço, que resulta das relações que estabelecemos com as várias funções do habitar.

E a domesticidade é uma qualidade do espaço que surge em consequência da capacidade de resposta às funções espontâneas e culturalizadas (2) da vida humana.

As funções espontâneas estão associadas às necessidades básicas do ser humano, encaradas como condições de sobrevivência. Elas são naturais e automáticas.

“A sobrevivência de um dado organismo depende de uma série de processos biológicos que mantêm a integridade das células e tecidos em toda a estrutura desse organismo. (...) Praticamente todos os comportamentos que resultam de impulsos e instintos contribuem para a sobrevivência quer em termos directos, através da execução de acções de preservação da vida, quer em termos indirectos, através da criação de condições vantajosas para a sobrevivências ou da diminuição da influência de condições potencialmente adversas.” (3)

Transportando para o âmbito da arquitectura, são associadas com as funções identificadas por Norberg-Schulz (1965) na sua obra Intentions in architecure, onde é desenvolvido um diagrama sobre a estrutura funcional do habitar, referente ao espaço doméstico, considerando quatro funções básicas: Hygiene, Sleeping, Kitchen e Living.


Fig. The functional zones of a simple dwelling: Kitchen, Living, Sleeping, Hygiene. (Norberg-Schulz em Intentions in architecture, 1965)

Por funções culturalizadas, denominam-se aquelas que o homem adquire consoante o contexto em que se encontra, tanto para se sentir realizado relativamente às exigências do meio, como para dar respostas em conformidade com as práticas desse meio. Elas são, na sua essência naturais, no entanto, alteram-se mais significativamente dos que as funções espontâneas, porque são condicionadas pela cultura, sendo submetidas a uma lógica de sistema de valores.

“Existem nas sociedades humanas convenções sociais e regras éticas acerca e acima das convenções, e regras que a biologia por si já proporciona. Esses níveis de controlo adicionais moldam o comportamento instintivo de forma a este poder ser adaptado com flexibilidade a um meio ambiente em rápida complexa mutação e garantir a sobrevivência do indivíduo e dos outros.”(4)

Com base em Le Corbusier, figura central do IV Congresso Internacional de Arquitectura Moderna (CIAM) em que se divulga a Carta de Atenas (1933), é adoptado um modelo universal de «cidade funcional» onde é redigido um conjunto de princípios gerais que propõe o traçado das cidades, segundo uma implantação desenhada através de zoneamentos selectivos. Estes zonamentos são estruturados por uma divisão de áreas que respeitam quatro funções essencias da vida urbana, o habitar (no sentido da habitação, da casa), o trabalhar, o circular e o recrear. E são estas as funções designadas por culturalizadas por se considerarem exigências da vida que a sociedade contemporânea delineou (a estas poderão ser sempre acrescentadas outras).


E é com a resposta positiva a estas funções que medimos a domesticidade e atribuímos significado ao espaço habitado.

Notas: (1) RYBCZYNSKI, Witold: La Casa: historia de uma ideia. Madrid, Nerea, 1986, p.84
(2) FARIA, Célia: A construção do lugar arquitectónico. A significação da forma arquitectónica na perspectiva da experiência do sujeito, dissertação para mestrado em Estudos do Espaço e do Habitar em Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, FAUTL, 2009
(3) DAMÁSIO, António: O erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1994, p.130-131
(4) DAMÁSIO, António: O erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1994, p.140


Notas editoriais: (i) Embora a edição dos artigos editados no Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico, as opiniões expressas nos artigos apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores.


Infohabitar a Revista do Grupo Habitar
Editor: António Baptista Coelho
Edição de José Baptista Coelho
Lisboa, Encarnação - Olivais Norte
Infohabitar, Ano VII, n.º 331, 30 de Janeiro de 2011

sábado, janeiro 22, 2011

330 - Lançamento do livro ENERGIA SOLAR PASSIVA e novo artigo "Os outros sítios que habitamos, além da nossa casa" - Infohabitar 330

Infohabitar, Ano VII, n.º 330A presente edição do Infohabitar está estruturada em duas partes:

Uma primeira parte em que se convidam os leitores para a 20.ª Sessão Técnica do Grupo Habitar, que integra o lançamento do livro ENERGIA SOLAR PASSIVA e uma conferência sobre este tema, tão actual.

E uma segunda parte em que se edita um novo artigo da Série habitar e viver melhor, o n.º X desta série, intitulado "Os outros sítios que habitamos, além da nossa casa".


Lançamento do livro ENERGIA SOLAR PASSIVA e conferência sobre o tema na Biblioteca do LNEC, em Lisboa, pelas 15h.00 da próxima Quinta-feira dia 27 de Janeiro.
Na presente edição o Infohabitar volta a sublinhar o grande interesse do próximo lançamento, com conferência de apresentação, do livro do Arq.º Francisco Moita, intitulado " ENERGIA SOLAR PASSIVA", que decorrerá, na próxima Quinta-feira dia 27 de Janeiro, pelas 15h 00, numa sessão técnica na Biblioteca do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa.

Esta sessão técnica contará com intervenções de investigadores e técnicos do LNEC, da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e do Grupo Habitar, salientando-se a apresentação da obra pelo Investigador do LNEC, Eng.º Pina dos Santos, a intervenção do Eng.º João Bernardo, Director do Serviço de Energias Renováveis, da DGEG e, naturalmente, uma palestra, sobre a temática da energia solar passiva, assegurada por Francisco Moita, autor da obra agora lançada.

Esta obra, agora numa 2ª edição revista e actualizada, vem preencher a lacuna deixada pela sua 1ª edição (ed. INCM, 1987), esgotada logo após o seu lançamento em 1987 e sempre procurada.

Salienta-se que esta iniciativa, que é de entrada livre, não obrigando a inscrição prévia (embora naturalmente limitada à lotação da sala), corresponde à 20.ª Sessão Técnica do Grupo Habitar, conta com o apoio do Núcleo de Arquitectura e Urbanismo (NAU) do LNEC e integra-se num conjunto de iniciativas com as quais o LNEC pretende dinamizar e diversificar a utilização da sua Biblioteca.

António Baptista Coelho
Editor Infohabitar, Pres. Dir. Grupo Habitar, Chefe do NAU do LNEC



Fig. 01: capa do livro do Arq.º Francisco Moita, "ENERGIA SOLAR PASSIVA"


O Livro: breve sínteseO livro ENERGIA SOLAR PASSIVA demonstra como a Natureza, neste caso o Sol – a principal fonte de energia na Terra! - pode ajudar a reduzir as necessidades energéticas diárias dos edifícios, permitindo o pleno desempenho das suas múltiplas funções.

A Primeira Parte deste livro apresenta ao leitor, os processos térmicos, as regras de construção e as tecnologias solar passivas mais adequadas para o nosso clima, a aplicar nos edifícios, com vista à optimização do conforto higrotérmico e ao mínimo consumo de energia.

A Segunda Parte expõe, através de vários exemplos, um método simplificado de cálculo do contributo da energia solar passiva no aquecimento dos edifícios, a que o leitor, mesmo sem conhecimentos muito aprofundados, pode recorrer num acto de consulta prática e expedita.

Este livro tem o patrocínio da Direcção Geral de Energia e Geologia.

O AutorFrancisco Filipe de Oliveira Moita concluiu o curso de Arquitectura (Dipl. Ing. Architekt) na Universidade de Stuttgart - RFA, em 1976, onde exerceu actividade profissional até 1978, tendo-se especializado no domínio da Arquitectura Bioclimática e Energeticamente Eficiente.
Exerceu a actividade docente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa nas cadeiras de Planeamento Urbano e de Projecto de Arquitectura de 1978 até 1992.

Ao longo das últimas três décadas, tem sido um divulgador da Arquitectura Solar Passiva e da Eficiência Energética nos Edifícios, através da realização de vários artigos técnicos e de diversas conferências e cursos de formação sobre estas matérias. O autor tem desenvolvido a actividade de arquitecto, aplicando sempre os princípios da utilização passiva da energia solar e da eficiência energética em diversos edifícios, encontrando-se alguns deles aqui referenciados.

O recurso a fontes de energia renováveis e a utilização de técnicas e materiais tradicionais nos edifícios, visando uma arquitectura ambientalmente mais responsável, são uma obrigação ética do arquitecto actual face à futura (in)sustentabilidade do planeta.


O livro "Energia Solar Passiva": NOTA DE IMPRENSAENERGIA SOLAR PASSIVA é um livro onde se explicam os processos térmicos nos edifícios e as regras a aplicar na sua construção, visando uma arquitectura ambientalmente mais responsável e racional.

Aborda o tema da qualidade térmica dos edifícios no que estes dependem do projecto arquitectónico, da sua envolvente, dos seus espaços e elementos construtivos, com vista à sua adequação ao nosso clima, à optimização do conforto higrométrico e à redução do consumo de energia.

O tema está, e vai estar cada vez mais, na ordem do dia da construção, por razões de sustentabilidade ambiental e económica. Esta publicação vem assim preencher uma lacuna na bibliografia portuguesa dedicada à tecnologia arquitectónica bioclimática.

No livro ENERGIA SOLAR PASSIVA descrevem-se, numa primeira parte, as várias matérias teóricas, com relevo para a geometria da incidência solar, o conforto ambiental e o desempenho passivo dos principais elementos construtivos da envolvente dos edifícios. Na segunda parte desenvolve-se a aplicação destes conhecimentos a um método de cálculo simplificado que permite determinar o desempenho térmico passivo dos edifícios, aplicado a alguns casos concretos e com a documentação de muitos quadros contendo valores auxiliares para avaliação do desempenho térmico dos vários materiais e elementos da construção.

Inclui ainda, em anexo, diagramas solares e valores micro climáticos muito úteis para o entendimento do aproveitamento solar e micro climático e para a aplicação do método.

O livro está profusamente ilustrado com centenas de desenhos, quadros e tabelas várias que em muito facilitam a sua leitura e entendimento por um público vasto e diversificado.

ENERGIA SOLAR PASSIVA tem a autoria do arquitecto Francisco Moita, especialista em arquitectura bioclimática, estudioso e divulgador da Arquitectura Solar Passiva e da Eficiência Energética, e é editado pela Argumentum, conhecida editora dedicada aos temas de arquitectura e urbanismo.

As características desta publicação recomendam-na para uso no ensino destas matérias em cursos de arquitectura e de engenharia civil, tanto ao nível teórico como prático neste caso em disciplinas de projecto e recomendam-na para uso corrente na prática profissional de projecto de arquitectura.



Fig. 02: capa do livro do Arq.º Francisco Moita, "ENERGIA SOLAR PASSIVA"

Índice da obra
Energia Solar Passiva,
Princípios Teóricos e Método Simplificado de Cálculo
– Um instrumento de trabalho para Arquitectos e Engenheiros.

1ª Parte (Princípios Teóricos)

Introdução
Nota Histórica I


Capítulo 1 – O Sol e a Terra;(Energia do Sol; Movimentos da Terra; Atmosfera Terrestre; Altura Solar; Radiação Solar; Clima).
Nota Histórica II

Capítulo 2 – Pressupostos Exteriores ao Edifício (Definição; Localização; Forma; Orientação e Afastamento; Vegetação).
Nota Histórica III

Capítulo 3 – Pressupostos Constituintes do Edifício (Definição; Envolvente; Fenestração; Sombreamento; Ventilação).
Nota Histórica IV

Capítulo 4 – Tecnologias Solar Passivas (Ganho Directo; Ganho Indirecto; Estufas)
Nota Histórica V

Apêndice A (Diagramas Solares; Dados Climáticos; Conceitos Físicos; Glossário)
Nota Histórica VI

2ª Parte - Método Simplificado de Cálculo do Contributo de Energia Solar Passiva para aquecimento de edifícios de habitação permanente- Um instrumento de Trabalho para Arquitectos Engenheiros

Introdução

Capítulo 1 – Apresentação do Método
(Generalidades; Coeficiente Global de Perdas; Estimativa do Perfil das Necessidades Térmicas; Estimativa do Perfil do Contributo Térmico Solar e Aquecimento Suplementar Necessário; Massa de Acumulação Térmica).


Exemplos(Escola Rural; Casa Rural – recuperação; Casa Solar Passiva – habitação unifamiliar)

Apêndice A (Factor Tampão; Contributos Térmicos Internos; Correcção do Factor de Conversão Solar; Quantificação da Massa Térmica Primária e Secundária)

Apêndice B (Dados Físicos; Dados Climáticos)

Bibliografia
Dados técnicos do livro:Editora: ARGUMENTUM, Edições, Estudos e Realizações, Lda.
Rua Antero de Figueiredo, 4-C, 1700-041 Lisboa, Tel: (+351) 21 394 0547 Fax: (+351) 21 394 0548
geral@argumentum.pt

A obra está já a ser divulgada pela DINALIVRO, no site http://www.bookhouse.pt/ e no Facebook.



Artigo da semanaOs outros sítios que habitamos, além da nossa casa
Artigo X, da série habitar e viver melhorpor António Baptista Coelho
As vizinhanças de proximidade podem e devem ser sítios que podemos considerar, também, como nossos verdadeiros espaço de habitar, positivamente marcados pelos grupos sociais que aí habitam e atraentemente integrados na continuidade urbana; de certa forma numa natural variação de um tema que se harmoniza numa espécie de melodia urbana mais ampla, que deve integrar todo o espaço, desde a porta de entrada da habitação e das vistas que dela se têm sobre uma envolvente - que tem de ser positivamente estimulante - até aos pólos e centros urbanos mais vivos.


Importa ter, também sempre presente que uma cidade feita de vizinhanças vivas tem também de ser uma cidade naturalmente multifuncional, pois é fundamental o papel de outras funções, para além da habitação, na constituição de uma cidade, diariamente, mais viva e mais estimulante, em termos de actividades vistas e partilhadas.



Fig. 01: "uma cidade feita de vizinhanças vivas tem também de ser uma cidade naturalmente multifuncional"

Voltamos, assim, uma e outra vez, a uma múltipla abordagem de um dinâmico jogo da glória diário que marque, positivamente, as sequências e os percursos que ligam o centro da cidade, aos bairros, às referidas vizinhanças e, depois, às portas das habitações.

Mas neste jogo e nas sequências paisagísticas e funcionais que o integram e lhe devem dar, em cada sítio, um carácter único, há que fazer uma referência específica a um dos principais elementos aglutinadores desses percursos e dessas sequências: elementos estes que podemos designar como os “terceiros espaços ou sítios” , e que são lugares estratégicos e privilegiados para a convivialidade mais urbana ou mais vicinal, sendo, portanto, elementos fundamentais para um amplo espaço de habitar verdadeiramente mais agradável e estimulante.

Bastará lembrar os últimos exemplos práticos referidos e imaginar, por exemplo, o que seria o Bairro de Alvalade, em Lisboa, sem o seu amplo e diversificado conjunto de “terceiros espaços”, terceiros porque não verdadeiramente públicos, como é o caso dos seus largos passeios, mas também não privados como as casas de cada família.

E não teremos qualquer dúvida sobre o papel protagonista destes “cafés”, destas esplanadas, destes espaços de mercado, destas zonas de exposição e transição onde se expõem as mais diversas mercadorias, destas paragens de transportes públicos, destas salas de espera logo ali junto ao passeio, destas zonas de paragem junto aos quiosques de jornais, e de outros “terceiros espaços” de serviços e de lazer, não apenas como elementos funcionais do habitar de uma cidade viva, mas como verdadeiras facetas que integram, desejavelmente, o habitar diário de cada um de nós, entre o trabalho e a casa.

Trata-se do pequeno, porque pormenorizado e disseminado, mas fundamental, mundo urbano dos “terceiros espaços” aqueles que nem são totalmente anónimos, nem são inteiramente familiares, que se ligam a diversas actividades económicas e culturais, mas que, por vezes, assumem um verdadeiro estatuto de elemento protagonista da cena urbana e designadamente da cena de rua urbana, e falamos de espaços e elementos tão simples como a mesa do café da esquina, o recanto preferido de um pequeno restaurante sob a arcada, a livraria em que entramos frequentemente, a nossa banca de jornais habitual, os enfiamentos de que mais gostamos de um dado jardim ou de uma dada correnteza de lojas, etc., etc.

E trata-se, afinal, de sítios que habitamos, verdadeiramente, no nosso dia-a-dia, onde nos detemos, habitualmente, pensando sobre aqueles sítios e, tantas vezes, sobre tudo o resto, sítios que têm de ter (embora muitas vezes não o tenham) a capacidade de fazerem coesão urbana, de fazerem cidade e rua em continuidade, de proporcionarem espaços entre o mais público e o mais privado e de proporcionarem bases óptimas de convivialidade natural, e, sendo assim, de solidariedade natural, pois são sítios onde estamos com outros e vemos outros num quadro urbano unificado e que nos marca a todos.



Fig. 02: "trata-se, afinal, de sítios que habitamos, verdadeiramente, no nosso dia-a-dia, onde nos detemos, habitualmente"

As ruas, no sentido amplo de “ruas”, portanto integrando muitos “vocábulos” do espaço público, como por exemplo, largos e pracetas, ruelas e passagens, jardins e miradouros, são, realmente, o lugar certo de integração dos “terceiros espaços ou terceiros sítios”, lugares estratégicos e privilegiados para a convivialidade mais urbana ou mais vicinal; e há que referir que este conceito de “terceiro sítio” foi desenvolvido por Ray Oldenburg (1), e que este autor o liga, de forma destacada, por exemplo, ao café da esquina, à livraria, ao bar, ao cabeleireiro, etc.

“Terceiros sítios”, pois, como refere Oldenburg, estão para além dos outros dois sítios principais, na vida de cada um, o sítio de trabalho e o sítio doméstico; e espaços que, são “sítios de estadia no coração da comunidade”, como refere esse autor, e assim se entende a sua importância na construção de um sentido de comunidade e de solidariedade, observando o outro, falando com ele, interagindo com ele.

E, finalmente, é bem interessante lembrar que já Christopher Alexander (2) tinha plena consciência da importância que os “terceiros sítios” têm na satisfação residencial e, por isso, defendia que em cada vizinhança residencial deve existir um local público exterior, agradavelmente protegido e estrategicamente localizado em termos de acessibilidade e de vistas, que proporcione condições de estadia no exterior, em condições que podem ser mais ou menos formais, mas que sempre ganharão se forem associadas a um equipamento, por exemplo um pequeno “café” com esplanada, pois, desta forma, alguém irá tomar conta e dar vida a este “terceiro espaço” habitacional.

Notas:
(1) Ray Oldenburg, “The Great Good Place : Cafes, coffee shops, bookstores, bars, hair salons and other hangouts at the heart of a community”, 1999 (1989).
(2) Christopher Alexander; Sara Ishikawa; Murray Silverstein; et al, "A Pattern Language/Un Lenguaje de Patrones", p. 323.

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados no Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico, as opiniões expressas nos artigos apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores.

Infohabitar a Revista do Grupo HabitarEditor: António Baptista Coelho

Edição de José Baptista Coelho
Lisboa, Encarnação - Olivais Norte
Infohabitar, Ano VII, n.º 330, 22 de Janeiro de 2011

domingo, janeiro 16, 2011

329 - SEMINÁRIO SOBRE A HABITAÇÃO EM PONTE DA BARCA E LANÇAMENTO DE NOVO LIVRO SOBRE ENERGIA SOLAR PASSIVA - Infohabitar 329

Infohabitar, Ano VII, n.º 329
A edição do Infohabitar, o Grupo Habitar e o Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do LNEC manifestam a sua tristeza e enviam uma mensagem de solidariedade para as famílias afectadas pelas chuvas intensas e pelos muito graves deslizamentos de terra na envolvente do Rio de Janeiro.

Na presente edição o Infohabitar anuncia duas próximas iniciativas.

(i) A primeira, que será desenvolvida, já, na próxima Quinta-feira dia 20 de Janeiro, é o Seminário “Intervenção na habitação de âmbito social, desafios e oportunidades", promovido pela Câmara Municipal de Ponte da Barca, numa parceria alargada com outras entidades.
O cartaz de divulgação, o respectivo programa e uma imagem da belíssima Ponte da Barca são apresentados mais à frente, chamando-se a atenção para se tratar de uma iniciativa com entrada livre, mas obrigando a inscrição prévia.

(ii) A segunda iniciativa corresponde ao lançamento e apresentação do livro do Arq.º Francisco Moita, intitulado " ENERGIA SOLAR PASSIVA", que decorrerá, uma semana depois, na Quinta-feira dia 27 de Janeiro, pelas 15h 00, na Biblioteca do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, e que contará, entre outras intervenções, com uma apresentação da obra pelo Investigador do LNEC Eng.º Pina dos Santos, e com uma palestra, sobre a temática da energia solar passiva, assegurada pelo autor da obra agora lançada - um programa pormenorizado será em breve divulgado.

Esta iniciativa, que é de entrada livre, não obrigando a inscrição prévia (embora naturalmente limitada à lotação da sala), corresponde à 20.ª Sessão Técnica do Grupo Habitar, conta com o apoio do Núcleo de Arquitectura e Urbanismo (NAU) do LNEC e integra-se num conjunto de iniciativas com as quais o LNEC pretende dinamizar e diversificar a utilização da sua Biblioteca.


António Baptista Coelho
Editor Infohabitar, Pres. Dir. Grupo Habitar, Chefe do NAU do LNEC


Fig. 01: cartaz do Seminário “Intervenção na habitação de âmbito social, desafios e oportunidades", a realizar em Ponte da Barca

SEMINÁRIO SOBRE A HABITAÇÃO
20 de Janeiro de 2011
“Intervenção na habitação de âmbito social, desafios e oportunidades”

Auditório da EPRALIMA, Ponte da Barca
Inscrição gratuita, mas obrigatória.
As inscrições devem ser realizadas até 18 de Janeiro para:
Câmara Municipal de Ponte da Barca
Praça Dr. José Lacerda, 4980-620 Ponte da Barca
Tel: 258488272 Fax: 258488272
E-mail: voluntariado@cm-pontedabarca.pt



Fig. 02: uma imagem da belíssima Ponte da Barca


Programa do Seminário
9h00
ABERTURA DO SECRETARIADO
9h30
SESSÃO DE ABERTURA
Fernanda Maria Rosa do Carmo Julião (*)
Secretária de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades
Pita Guerreiro Governador Civil
António Correia Director do Centro Distrital da Segurança Social de Viana do Castelo
António Vassalo Abreu Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca
António José Mendes Baptista (*) Presidente do Conselho Directivo do IHRU – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana
Ricardo Jorge Gomes Armada Vereador do Pelouro da Saúde e Acção Social da Câmara Municipal de Ponte da Barca
António José de Sousa Castro Brito Presidente do Centro Paroquial e Social de Lavradas

10h30
I Painel
“As políticas de habitação e a importância dos apoios à reabilitação urbana” Arq. Rui Ramos Loza, Director da Delegação do Porto do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU)

Pausa para café

“O exemplo da recuperação do Centro Histórico de Guimarães ”. Arq. Alexandra Parada Barbosa Gesta, Vereadora da Câmara Municipal de Guimarães, responsável pela Divisão do Gabinete Técnico Local, pela Reabilitação Urbana e integra a equipa coordenadora do projecto urbanístico “Guimarães, Capital Europeia da Cultura 2012.”
Moderador: Eng. José Alberto Sequeira de Castro Pontes
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca

Pausa para almoço

14h00
II Painel
“Habitação Saudável” Arq. António Baptista Coelho
Investigador Principal com Habilitação e chefe do Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil; Presidente da Direcção do Grupo Habitar; integra a Direcção da Nova Habitação Cooperativa
“Responsabilidade Social e os Bairros Municipais” Dr. Luís Natal Marques – Administrador da Empresa Municipal, Gebalis – Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa.
Moderadora: Prof. Doutora Fátima Matos
Professora Auxiliar no Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Investigadora no Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território.

Pausa para café

15h45
III Painel
“A importância do plano estratégico para a habitação”
Dr.ª Teresa Sá Marques - Professora Associada no Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
“Exemplo de boas práticas e Cidadania”
Dr. João António Nogueira - Presidente do Conselho de Administração da BRAGAHABIT.
Moderadora: Dr.ª Helena Maria Silva Morais de Rocha Areias
Professora da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa de Braga

(*) a confirmar.


Fig. 03: capa do livro do Arq.º Francisco Moita, "ENERGIA SOLAR PASSIVA"

Lançamento e apresentação do livro
"ENERGIA SOLAR PASSIVA"
do Arq.º Francisco Moita


O lançamento e apresentação do livro do Arq.º Francisco Moita, intitulado "ENERGIA SOLAR PASSIVA", decorrerá na Quinta-feira dia 27 de Janeiro, pelas 15h 00, na Biblioteca do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, e que contará, entre outras intervenções, com uma apresentação da obra pelo Investigador do LNEC Eng.º Pina dos Santos, e com uma palestra, de Francisco Moita, sobre a temática da energia solar passiva, tendo em conta a actualidade deste tema.


O Livro: breve síntese O livro ENERGIA SOLAR PASSIVA demonstra como a Natureza, neste caso o Sol – a principal fonte de energia na Terra! - pode ajudar a reduzir as necessidades energéticas diárias dos edifícios, permitindo o pleno desempenho das suas múltiplas funções.

A Primeira Parte deste livro apresenta ao leitor, os processos térmicos, as regras de construção e as tecnologias solar passivas mais adequadas para o nosso clima, a aplicar nos edifícios, com vista à optimização do conforto higrotérmico e ao mínimo consumo de energia.

A Segunda Parte expõe, através de vários exemplos, um método simplificado de cálculo do contributo da energia solar passiva no aquecimento dos edifícios, a que o leitor, mesmo sem conhecimentos muito aprofundados, pode recorrer num acto de consulta prática e expedita.

Este livro tem o patrocínio da Direcção Geral de Energia e Geologia.


O Autor Francisco Filipe de Oliveira Moita concluiu o curso de Arquitectura (Dipl. Ing. Architekt) na Universidade de Stuttgart - RFA, em 1976, onde exerceu actividade profissional até 1978, tendo-se especializado no domínio da Arquitectura Bioclimática e Energeticamente Eficiente.
Exerceu a actividade docente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa nas cadeiras de Planeamento Urbano e de Projecto de Arquitectura de 1978 até 1992.

Ao longo das últimas três décadas, tem sido um divulgador da Arquitectura Solar Passiva e da Eficiência Energética nos Edifícios, através da realização de vários artigos técnicos e de diversas conferências e cursos de formação sobre estas matérias. O autor tem desenvolvido a actividade de arquitecto, aplicando sempre os princípios da utilização passiva da energia solar e da eficiência energética em diversos edifícios, encontrando-se alguns deles aqui referenciados.

O recurso a fontes de energia renováveis e a utilização de técnicas e materiais tradicionais nos edifícios, visando uma arquitectura ambientalmente mais responsável, são uma obrigação ética do arquitecto actual face à futura (in)sustentabilidade do planeta.

O livro "Energia Solar Passiva": NOTA DE DIVULGAÇÃO ENERGIA SOLAR PASSIVA é um livro onde se explicam os processos térmicos nos edifícios e as regras a aplicar na sua construção, visando uma arquitectura ambientalmente mais responsável e racional.

Aborda o tema da qualidade térmica dos edifícios no que estes dependem do projecto arquitectónico, da sua envolvente, dos seus espaços e elementos construtivos, com vista à sua adequação ao nosso clima, à optimização do conforto higrométrico e à redução do consumo de energia.

O tema está, e vai estar cada vez mais, na ordem do dia da construção, por razões de sustentabilidade ambiental e económica. Esta publicação vem assim preencher uma lacuna na bibliografia portuguesa dedicada à tecnologia arquitectónica bioclimática.

No livro ENERGIA SOLAR PASSIVA descrevem-se, numa primeira parte, as várias matérias teóricas, com relevo para a geometria da incidência solar, o conforto ambiental e o desempenho passivo dos principais elementos construtivos da envolvente dos edifícios. Na segunda parte desenvolve-se a aplicação destes conhecimentos a um método de cálculo simplificado que permite determinar o desempenho térmico passivo dos edifícios, aplicado a alguns casos concretos e com a documentação de muitos quadros contendo valores auxiliares para avaliação do desempenho térmico dos vários materiais e elementos da construção.

Inclui ainda, em anexo, diagramas solares e valores micro climáticos muito úteis para o entendimento do aproveitamento solar e micro climático e para a aplicação do método.

O livro está profusamente ilustrado com centenas de desenhos, quadros e tabelas várias que em muito facilitam a sua leitura e entendimento por um público vasto e diversificado.

ENERGIA SOLAR PASSIVA tem a autoria do arquitecto Francisco Moita, especialista em arquitectura bioclimática, estudioso e divulgador da Arquitectura Solar Passiva e da Eficiência Energética, e é editado pela Argumentum, conhecida editora dedicada aos temas de arquitectura e urbanismo.

As características desta publicação recomendam-na para uso no ensino destas matérias em cursos de arquitectura e de engenharia civil, tanto ao nível teórico como prático neste caso em disciplinas de projecto e recomendam-na para uso corrente na prática profissional de projecto de arquitectura.


Fig. 04: capa do livro do Arq.º Francisco Moita, "ENERGIA SOLAR PASSIVA"


Dados técnicos do livro: Editora: ARGUMENTUM, Edições, Estudos e Realizações, Lda.
Rua Antero de Figueiredo, 4-C, 1700-041 Lisboa, Tel: (+351) 21 394 0547 Fax: (+351) 21 394 0548
geral@argumentum.pt

A obra está já a ser divulgada pela DINALIVRO, no site http://www.bookhouse.pt/ e no Facebook.


Notas editoriais: (i) Embora a edição dos artigos editados no Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico, as opiniões expressas nos artigos apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores.

Infohabitar a Revista do Grupo Habitar
Editor: António Baptista Coelho
Edição de José Baptista Coelho
Lisboa, Encarnação - Olivais Norte
Infohabitar, Ano VII, n.º 329, 16 de Janeiro de 2011

domingo, janeiro 09, 2011

328 - "CASA. Propriedades que adquire com o «encasado»”, por Célia Faria e colóquio internacional " Habitar, pensar, investigar, fazer" - Infohabitar 328


Infohabitar, Ano VII, n.º 328
Aos leitores do Infohabitar:
Antes de referirmos a edição da semana, o Infohabitar e o Grupo Habitar manifestam a sua profunda tristeza pelo recente falecimento de Malangatana, um grande Pintor mocambicano e do mundo que fala português, cuja última exposição foi aqui divulgada na passada semana: é mais um daqueles que nos fazem não acreditar na ideia de que não há pessoas insubstituíveis; à família e aos amigos os nossos sinceros sentimentos.
António Baptista Coelho
Editor do Infohabitar, Pres. da Direcção do Grupo Habitar, Chefe do NAU do LNEC



A edição do Infohabitar continua os seus trabalhos, ainda neste início de 2011, com a divulgação de um colóquio internacional intitulado:
"Habitar, pensar, investigar, fazer"Colóquio Internacional - Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa,14/ 15 de Janeiro de 2011Cujo cartaz, programa e elementos de contacto são referidos mais à frente.


E com a edição. já em seguida, de um novo artigo, de uma nova colaboradora do nosso Infohabitar; trata-se do artigo de Célia Faria, intitulado
CASA. Propriedades que adquire com o “encasado”
por Célia Faria (*)

Dir-se-á, fenomenologicamente: “eu sou porque pertenço aqui e o meu ser encontra-se sempre em construção”. E, se a habitação é o suporte da domesticidade, aquilo a que chamamos CASA torna-se assim não apenas uma coisa, um objecto físico material mas, sobretudo, uma CONSTRUÇÃO SIMBÓLICA no espaço.

Enquanto forma construída, a casa acolhe o espaço abrigado, habitável e torna-se o cenário privilegiado da minha existência respondendo de modo eficaz, como dispositivo de uso, aos hábitos, aos desejos, às expectativas, etc., do indivíduo.

Quando o homem habita, está localizado no espaço e exposto a determinado contexto ambiental, conjugando duas dimensões, o ser íntimo de cada um e a forma como este trabalha a sua intimidade com aquilo que de fora a envolve, ou seja, a publicidade.

Apesar de ser produto de uma construção mental, a habitabilidade incorpora, igualmente, uma expressão do uso através do utilizador. Isto acontece porque a Arquitectura, para dar resposta às funções da vida humana, cria condições ao sujeito permitindo-lhe atribuir significado ao espaço em função da interpretação sensível que deste faz.

Por outro lado, assumindo-se como uma arte e uma técnica, a Arquitectura dá forma aos objectos garantindo que estes sejam realizáveis enquanto edificações que proporcionam lugares com habitabilidade.

Para além de exibir imagens não apenas sujeitas à percepção da materialidade dos objectos que a suportam, a Arquitectura fornece, também, ao homem lugares de residência que definem um habitat artificial: ambiente humanizado que serve de cenário à vida quotidiana.




Fig. 01: Rachel Whiteread, "house",1993 - fonte: "The art of Rachel Whiteread", Thames & Hudson, Londres, 2004.

Enquanto, algumas respostas do ser humano a determinados estímulos são consequências de uma aprendizagem cultural ou da relação individual com o meio (subjectiva), outras, pelo contrário, são baseadas em factores biológicos (inatos ou adquiridos) que transcendem culturas e indivíduos em particular.

Assim, o mundo onde o Homem vive, de algum modo essa espécie de mundo mental, não passa de um conjunto de representações significativas que identificam quem as usa, relacionadas com a escala doméstica, a casa, onde o sujeito se expõe totalmente. Há outras, as representações colectivas que se relacionam com as primeiras, as individuais, enquadrando-as, e por esse motivo, conferindo-lhes também sentido: elas pertencem ao espaço onde interagimos com os outros.

A casa resulta então de uma construção no espaço, ligada à apropriação sobre a qual o corpo tem determinado comportamento, tornando-se a forma onde se desenvolve a habitação como acto. Essa habitação não se reduz à materialidade, ao desenho ou a uma lógica de organização, mas, será antes uma espécie de narrativa que se altera através de cada acontecimento na vida dos seus habitantes, porque permanece identificável enquanto forma e identifica quem a habita a partir dos tipos de uso que permite.

Apropriamo-nos da casa dando-lhe o carácter que deve ter de acordo com um programa que não está apenas no objecto casa, mas também na mente do sujeito. O espaço definido pela casa é um espaço qualificado que, na medida dessa qualificação, se torna reconhecível por quem o utiliza enquanto espaço que acolhe a domesticidade.


Fig. 02: Rachel Whiteread, "stairs", 2001 - fonte: "The art of Rachel Whiteread", Thames & Hudson, Londres, 2004.

O que «em casa» implica não é o habitante que descobre a forma na qual inscreve as suas acções mas sim a forma que sugere as acções pelas quais ele descobre um determinado modo de habitar, consequência de uma experiência que envolve todos os nossos sentidos. E esta experiência resulta na atribuição de valor sobre as categorias dos sentidos que formam as nossas reacções ao espaço.

A casa traduz um espaço do desejo, resultante de construções mentais no plano do raciocínio, e que diferem de sujeito para sujeito. Enquanto os raciocínios descritivos, que segundo a psicologia servem para estabelecer a objectividade dos factos, os normativos permitem a justificação de acções.

Deste modo, a arquitectura não é apenas uma estrutura abstracta que podemos adaptar a um determinado dispositivo espacial para conseguirmos habitar o espaço, mas uma modelação de lógicas funcionais e simbólicas do habitar. O sentido passa a ser simbólico. E é a lógica simbólica que origina a função. Dormir, por exemplo, não é só uma função, mas também uma representação (condição antropológica da arquitectura).

E é entre as dimensões do real e da fantasia que a relação do sujeito com a Arquitectura comporta sempre que se encontra o conceito de CASA.


(*) A autora, Célia Joaquina Fernandes faria, é Arquitecta e Mestre em Estudos do Espaço e do Habitar em Arquitectura, pela FA- UTL, passando, a partir de agora, a integrar o corpo de redactores do Infohabitar.


Fig. 00: Cartaz de divulgação do Colóquio Internacional - DA/UAL CEACT: "Habitar, pensar, investigar, fazer"

Habitar
pensar
investigar
fazer

Colóquio Internacional - DA/UAL CEACTAuditório do Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa
14/ 15 Janeiro 2011

Fazer a casa colectiva
Investigar a Habitação
Pensar a Habitação

Metodologia do colóquio
:
O colóquio será composto um dia e meio (sexta todo o dia e sábado de manhã) de debate dedicado ao tema da habitação individual e colectiva na cidade contemporânea, integrando diversas visões, não só do panorama da arquitectura nacional e internacional, mas também de outras disciplinas como a da história, da antropologia e da sociologia. Procurar-se-á uma abordagem centrada na arquitectura que estabeleça pontes com outras linhas de pensamento e de investigação, inclusive com elementos audiovisuais. O modelo do colóquio centra-se na exposição de vários oradores por painel, seguida de debate moderado por Arquitectos.

Programa:

Painel 01 Sexta – 14 de Janeiro de 2011
9h00 às 13h30m

Abertura do ColóquioMiguel Faria (UAL), Flavio Barbini (DA UAL) e Filipa Ramalhete (CEACT)

Fazer a casa colectivaJoão Luís Carrilho da Graça (DA UAL)
Casas
Pensar a HabitaçãoRicardo Carvalho (DA UAL)
Da cidade campo à cidade difusa

Pausa para café

Investigar a HabitaçãoAntónio Baptista Coelho (LNEC)
Investigar e pensar o habitar: o percurso do NAU do LNRC, seguido de algumas notas sobre o habitar da casa e da cidade

Fazer a casa colectivaLopez & Rivera Arquitectos (Espanha)
Adyacencias, paisajes y galerias

Painel 02 Sexta - 14 de Janeiro de 201115h00 às 18h00

Pensar a Habitação
Ana Vaz Milheiro (ISCTE e DA UAL)
Habitação colectiva nos trópicos - casos da África Portuguesa

Investigar a Habitação
Ricardo Agarez (Reino Unido, University College of London)
Pragmática da habitação colectiva modernista. Problemas e soluções em Lisboa nos anos de 1950

Fazer a casa colectivaFrédéric Druot (França)
+ PLUS Large Scale Housing. an excepcional case
Debate moderado por Pedro Campos Costa (DA UAL)

Painel 03 Sábado – 15 de Janeiro de 201110h00 às 13h30

Pensar a HabitaçãoAna Tostões (IST)
Pensar, habitar e construir

Investigar a Habitação
Maria Helena Barreiros (DA UAL)
Unidades de habitação "antes-da-letra": da radicalidade do projecto pombalino

Fazer a casa colectivaManuel Aires Mateus Arquitecto (DA UAL Portugal)
Condições de vida
Debate moderado por Manuel Graça Dias (DA UAL/FAUP)

Auditório do Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de LisboaCusto da inscrição: 25€
Contactos: Sónia Chaves, Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa
Boqueirão de Ferreiros nº 11, 1200-185 Lisboa
Tel.: 213 929 267
Fax: 213 977 164
dp.arq@universidade-autonoma.pt
www.ual.pt


Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados no Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico, as opiniões expressas nos artigos apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores.
Infohabitar a Revista do Grupo Habitar
Editor: António Baptista Coelho
Edição de José Baptista Coelho
Lisboa, Encarnação - Olivais Norte
Infohabitar, Ano VII, n.º 328, 9 de Janeiro de 2011