domingo, fevereiro 22, 2015

521 - A sala-comum: problemas, potencialidades e inovações - Infohabitar 521


Infohabitar, Ano XI, n.º 521

(nota: imagens removidas devido a problemas editoriais alheios à edição da Infohabitar)

Continuamos a Série editorial sobre "habitar e viver melhor", na qual temos acompanhado uma sequência espacial desde a vizinhança de proximidade urbana e habitacional até ao edifício multifamiliar, e neste os seus espaços comuns. Estamos agora a abordar , com algum detalhe, os espaços que constituem os nossos “pequenos” mundos domésticos e privativos, refletindo sobre as diversas facetas que os qualificam; e continuamos na sala-comum.

A sala-comum: problemas, potencialidades e inovações

Artigo LXX da Série habitar e viver melhor

 António Baptista Coelho


Fig. 01: Sala espacialmente estimulante em termos de sub-espaços e relações com outras zonas domésticas  de uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H 21 24, Arquitetura: Mario Campi, Arne Jönsson, Jan Telving.

Sala-comum: problemas correntes

Os mais frequentes problemas nas zonas de estar ligam-se com a exiguidade espacial, seja global, seja por existência de dimensões muito reduzidas, levando à dificuldade de instalação e de vivência de diversas atividades (por exemplo, refeições, estar, ler, ver TV, trabalhar).

Este problema pode originar que a sala-comum acabe por se reduzir a uma zona de estar, ou a uma zona de refeições ou, frequentemente, a uma zona muito pouco útil porque atravancada por muito mobiliário.

Uma solução eficaz para este problema pode ser dada pela contiguidade entre a sala-comum e um quarto, condição esta que proporciona a eventual criação de uma sala maior ou a manutenção da referida compartimentação.

Os problemas são mais frequentes em habitações com maior número de habitantes porque as soluções habitacionais tendem a não se caracterizar por uma relação adequada entre mais quartos e um suplemento de área significativo na sala-comum e na cozinha.

Os referidos problemas de exiguidade espacial na sala de estar ou comum decorrem, quer de possíveis condições de reduzido desafogo espacial, quer pelo uso de mobiliário excessivamente dimensionado, não tendo as pessoas, habitualmente, a noção do espaço necessário para a respetiva instalação e para que possa ser usado de uma forma agradável. – este é um problema genérico mas que afeta especialmente salas e zonas de refeições, que são os espaços mais divulgados nos meios de comunicação e onde a maioria das pessoas tenta investir de uma forma expressiva.


Sala-comum: questões levantadas (dimensionais e outras)

As questões levantadas são de ordem mais geral ou de maior pormenor.

Em termos gerais é possível refletir sobre a eventual inexistência de uma sala-comum “corrente”, que poderá ser substituída por um espaço amplo de estar, refeições e cozinha, caracterizado por uma forte fusão entre estas funções, embora, conforme a opção de projeto, possa haver uma dominância formal de alguma(s) delas. Ainda globalmente a sala-comum pode ser substituída por um compartimento multifuncional do tipo "grande quarto", que os habitantes poderão  usar na medida das suas necessidades e desejos, devendo, neste caso, haver uma ampla cozinha convivial.

Em termos particularizados destaca-se a frequente dificuldade de instalar um adequado espaço de estar, com sofás e mesas de apoio, bem como a também frequente dificuldade de articular este espaço com as necessidades funcionais colocadas pelo uso da TV, situação esta ainda tornada mais complexa, quer pelo crescimento dimensional dos monitores de TV, quer pela sua articulação com outros elementos protagonistas numa sala-comum, como é o caso de uma lareira ou de um outro dispositivo com idênticas funções e conotações simbólicas de centralidade e de reunião.

O remédio para tais questões está essencialmente na aplicação de dimensões relativamente desafogadas, capazes de aceitarem diversas configurações de conjuntos de mobiliário e de equipamento.

E haverá ainda que considerar a integração de um local para instalação de uma aparelhagem de som e, por exemplo, de apoio ao estudo e ao trabalho profissional em casa, funções estas que poderão ser eventualmente integradas, numa zona reduzida, considerando-se a actual miniaturização das referidas aparelhagens e a constatação de que o ouvir música e o trabalhar são funções que provavelmente terão de acontecer em alternativa ao ver/ouvir TV, designadamente, quando as condições de espaciosidade da sala-comum não permitirem uma maior convivência de atividades através da distância entre as mesmas.

Finalmente, há que sublinhar que a sala-comum deve ser, mais do que um espaço de convívio e atividade doméstica diversificada, um espaço de receção de amigos e eventualmente de outras pessoas relativamente às quais se possa até fazer alguma cerimónia, e um espaço de suporte de atividades culturais e de aprofundamento do mundo pessoal de cada habitante, por exemplo, através da criação de boas condições para a leitura, para a audição de música e para a prática de passatempos diversos, que podem ir dos jogos de vídeo aos jogos de cartas.



Fig. 02: Sala espacial e funcionalmente inovadora  de uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H 21 24, Arquitetura: Mario Campi, Arne Jönsson, Jan Telving.


Sala-comum: novidades, dúvidas e tendências (ex., trabalho em casa; idosos, etc.)

Tudo o que atrás se referiu leva à consideração da sala-comum como um espaço doméstico que deve ser concebido com um elevado grau de exigência, e considerando uma expressiva adaptabilidade, aspetos estes que nada têm a ver com o tipo de atenção estereotipada que leva a produzir salas-comuns que suportam, e mal, apenas uma exígua zona de estar e uma reduzida zona de refeições ditas formais. E não se imagine que o que não se pode fazer na sala-comum se fará nos quartos, porque é fundamental oferecer condições para estar em grupo, “em companhia”, desempenhando as mesmas ou diversas atividades. 

E as tendências para salas-comuns parecem ser de crescente multifuncionalidade e de afirmada caracterização formal e simbólica deste espaço como verdadeira montra familiar e pessoal. E se na casa viver apenas uma única pessoa, então a sala acaba por ser um seu cartão de identidade.

O estar doméstico constitui, hoje em dia, provavelmente, em conjunto com o cenário da cozinha, um par de aspetos domésticos profundamente valorizados pela sociedade. E considerando esta perspetiva tanto se definem condições de caracterização destes espaços como verdadeiras "montras" para visitas, e pouco úteis no dia-a-dia, como estes espaços são intensamente usados como verdadeiros núcleos do habitar diário.

Para o espaço de estar e considerando estas possibilidades e também a grande diversidade e a potencial simultaneidade dos usos aí frequentes, a principal “receita” parece ser espaço suficiente, dimensões adaptáveis e uma estratégica separação do resto da habitação de forma a que se reduzam os potencias conflitos por geração de ruídos e por falta de privacidade e de autonomiza do uso da casa pelos seus diversos habitantes, isoladamente e em grupos.


Fig. 03: Sala espacial e cromaticamente estimulante de uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H 25 26, Arquitetura: Gor¨sn Mansson, Marianne Dahlbäck.


Notas:

(1) Sven Thiberg (Sven Thiberg, Ed., "Housing Research and Design in Sweden", p. 195) defende que uma sala basicamente com uma planta quadrada e dimensionada de acordo com uma dimensão base, mínima, de largura de cerca de 4.30/4.50m permite um arranjo flexível de zonas de estar, embora não permitindo a integração, no seu interior, de uma zona de refeições. Relativamente a este assunto e tal como referi num estudo anterior, é importante proporcionar uma grande variedade de possibilidades de integração na zona de estar de diversos tipos e grupos de elementos de mobiliário, porque diversos estudos têm já revelado uma forte discrepância entre os modelos de mobiliário previstos pelos projectistas e a realidade desenvolvida pelos ocupantes.

Nota importante sobre as imagens que ilustram o artigo:

As imagens que acompanham este artigo e que irão, também, acompanhar outros artigos desta mesma série editorial foram recolhidas pelo autor do artigo na visita que realizou à exposição habitacional "Bo01 City of Tomorrow", que teve lugar em Malmö em 2001.

Aproveita-se para lembrar o grande interesse desta exposição e para registar que a Bo01 foi organizada pelo “organismo de exposições habitacionais sueco” (Svensk Bostadsmässa), que integra o Conselho Nacional de Planeamento e Construção Habitacional (SABO), a Associação Sueca das Companhias Municipais de Habitação, a Associação Sueca das Autoridades Locais e quinze municípios suecos; salienta-se ainda que a Bo01 teve apoio financeiro da Comissão Europeia, designadamente, no que se refere ao desenvolvimento de soluções urbanas sustentáveis no campo da eficácia energética, bem como apoios técnicos por parte do da Administração Nacional Sueca da Energia e do Instituto de Ciência e Tecnologia de Lund.

A Bo01 foi o primeiro desenvolvimento/fase do novo bairro de  Malmö, designado como Västra Hamnen (O Porto Oeste) uma das principais áreas urbanas de desenvolvimento da cidade no futuro.

Mais se refere que, sempre que seja possível, as imagens recolhidas pelo autor do artigo na Bo01 serão referidas aos respetivos projetistas dos edifícios visitados; no entanto, o elevado número de imagens de interiores domésticos então recolhidas dificulta a identificação dos respetivos projetistas de Arquitetura, não havendo informação adequada sobre os respetivos designers de equipamento (mobiliário) e eventuais projetistas de arquitetura de interiores; situação pela qual se apresentam as devidas desculpas aos respetivos projetistas e designers, tendo-se em conta, quer as frequentes ausências de referências - que serão, infelizmente, regra em relação aos referidos designers -, quer os eventuais lapsos ou ausência de referências aos respetivos projetistas de arquitetura.

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XI, n.º 521
Artigo LXX da Série habitar e viver melhor

A sala-comum: problemas, potencialidades e inovações

Editor: António Baptista Coelho 
abc@lnec.pt e abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional

Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.


domingo, fevereiro 15, 2015

520 - A sala-comum: diversos hábitos e usos - Infohabitar 520



Infohabitar, Ano XI, n.º 520

Continuamos a Série editorial sobre "habitar e viver melhor", na qual temos acompanhado uma sequência espacial desde a vizinhança de proximidade urbana e habitacional até ao edifício multifamiliar, e neste os seus espaços comuns. Estamos agora a abordar , com algum detalhe, os espaços que constituem os nossos “pequenos” mundos domésticos e privativos, refletindo sobre as diversas facetas que os qualificam; e continuamos na sala-comum.


A sala-comum: diversos hábitos e usos

Artigo LXIX da Série habitar e viver melhorAntónio Baptista Coelho

Sala comum: associações frequentes e interessantes


A principal associação que caracteriza a sala é desenvolvida com a mais importante zona de refeições domésticas, passando, assim, da designação de sala de estar para a de sala-comum, o que corresponderá a uma certa vulgarização das funções desta sala, e que, na prática, acaba por tender a fazer menorizar as funções de estar sempre que há limitações de áreas, o que é frequente,  pois as mesas de refeições não podem “encolher” significativamente, enquanto o estar pode reduzir-se de um conjunto de vários sofás até, por exemplo, um simples sofá duplo frente à incontornável TV.

Esta situação dá que pensar e poderá levar à previsão, de forma mais sistemática, de uma alternativa à zona de refeições integrada na sala-comum, por exemplo, num espaço próprio, ou numa cozinha ampla e convivial, permitindo-se, assim, a possibilidade do exercício de um verdadeiro estar.

Uma outra frequente relação da sala acontece com a entrada na habitação, situação que obriga a uma efetiva privatização visual destas entradas diretas, sem o que se perderá, praticamente, a totalidade das funções de estar em sossego e em convívio familiar que devem caracterizar as salas, mantendo-se, apenas, as funções de convívio mais alargado, que não se ressentem com tais acessos diretos.

Nesta matéria há ainda que referir que quanto menor for o espaço disponível, mais cuidado deve ser investido na privatização das entradas diretas na habitação, através da sala-comum, pois o desafogo espacial é uma condição que pode substituir, em boa parte, as soluções de privatização e de encerramento.



Fig. 01: Sala espacialmente estimulante em termos de sub-espaços e relações com outras zonas domésticas  de uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H 13-14, Arquitetura: Charles Moore, Ruble, Yudell, Bertil Öhrström.


Continuando nesta perspetiva de uma sala-comum que serve também como espaço de comunicação, ela pode servir de acesso aos quartos, através de uma zona de circulação obrigatória que, tal como foi atrás comentado, não inviabilize a adequada vivência de diversas zonas da sala-comum; uma solução que dificilmente se harmoniza com espaços pouco desafogados e que, por outro lado, inviabilizará um acesso aos quartos recatado e independente do uso da zona de estar.

Esta situação será, no entanto, aceitável em situações de reduzidos números de quartos numa dada habitação, de certo modo configurando soluções de grande relação entre a sala-comum e um quarto, uma solução que é sempre muito interessante numa perspetiva de eventual conversão destes dois espaços num único e amplo compartimento multifuncional. 


Naturalmente, quando existe um compartimento aberto para a sala, as suas utilizações devem ser bem ponderadas (por exemplo, prolongamento da sala, quarto de reserva, sala de jantar, escritório, etc.).

Em termos de pormenor há que garantir uma comunicabilidade muito específica da sala com o exterior, nomeadamente, através de peitoris baixos e de janelas de sacada para varandas  (1); e esta é uma daquelas condições de conceção que, por vezes, parecem ser inacreditavelmente esquecidas pelos projetistas.


Sala comum: hábitos frequentes


A sala-comum é, de certo modo, o lugar onde tudo pode/poderia acontecer e onde, frequentemente, pouco acontece:


·      porque nela se concentram múltiplas atividades – poderá haver alguma diversificação de espaços de estar);

·      porque o espaço não é, frequentemente, abundante – condição que é difícil de contornar, mas que tem a ver com espetos dimensionais otimizados;

·       e porque a omnipresente televisão anula muito do que poderia acontecer na sala seja em termos de convívio, seja em termos de multiplicidade de atividades – o que levará a imaginar por um lado que é positivo a disponibilização de diversos monitores de TV e que será de ponderar a própria estruturação da sala-comum favorecendo-se decididamente duplos espaços que proporcionem a simultaneidade de outras actividades com o ver televisão.




Fig. 02: Sala espacialmente estimulante em termos de sub-espaços e relações com outras zonas domésticas  de uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H 13-14, Arquitetura: Charles Moore, Ruble, Yudell, Bertil Öhrström.


Sala comum: aspetos motivadores


Tal como apontei num livro editado no LNEC - "Do bairro e da vizinhança à habitação - ITA2 - que tenho citado com frequência nesta série editorial, entre as características mais desejáveis nas salas ou zonas de estar salientam-se as seguintes:

·       Possibilitarem variadas conjugações de peças de mobiliário (atender às dimensões e tipos de sofás e de estante de sala existentes ou pretendidos, se são de corpo único ou por elementos) e a correta instalação dos equipamentos e aparelhos para lazer e tempos livres (por exemplo a posição ideal da televisão não deve refletir a luz das janelas).

·       Poderem receber o mobiliário necessário e uma ou outra peça de mobília mais volumosa, sem ficarem com um "ar  atravancado" e sem prejudicarem a circulação das pessoas.

·       Terem um carácter polivalente (em ambiente e zonas de atividade), permitindo diversos tipos de ocupação; sala só para estar e conviver ou também para atividades de leitura, jogo, ouvir música e ver televisão, estudo e trabalho em "recantos" próprios e, até, brincadeiras de crianças, quando a casa é pequena.

·       Aceitarem variados números de ocupantes; salas adaptáveis e espaçosas que acolham tão bem a respetiva família, no seu dia a dia, como, esporadicamente, as festas e as reuniões alargadas.

·       Serem relativamente independentes do resto dos compartimentos da casa, não recebendo nem transmitindo ruídos incómodos.

·       Serem servidas por casas de banho, sem que para isso as visitas sejam obrigadas a penetrar nas zonas mais íntimas (quartos) da habitação.

·       Estarem próximas dos vestíbulos de entrada nas casas e formando, com eles, amplos conjuntos de espaços de receção e convívio.

Notas:
(1) MHOP; LNEC, "Instruções para Projectos de Habitação Promovidos pelo EStado - IPHPE/Fundo de Fomento da Habitação - FFH, Documento 5", p. 29.

Nota importante sobre as imagens que ilustram o artigo:

As imagens que acompanham este artigo e que irão, também, acompanhar outros artigos desta mesma série editorial foram recolhidas pelo autor do artigo na visita que realizou à exposição habitacional "Bo01 City of Tomorrow", que teve lugar em Malmö em 2001.

Aproveita-se para lembrar o grande interesse desta exposição e para registar que a Bo01 foi organizada pelo “organismo de exposições habitacionais sueco” (Svensk Bostadsmässa), que integra o Conselho Nacional de Planeamento e Construção Habitacional (SABO), a Associação Sueca das Companhias Municipais de Habitação, a Associação Sueca das Autoridades Locais e quinze municípios suecos; salienta-se ainda que a Bo01 teve apoio financeiro da Comissão Europeia, designadamente, no que se refere ao desenvolvimento de soluções urbanas sustentáveis no campo da eficácia energética, bem como apoios técnicos por parte do da Administração Nacional Sueca da Energia e do Instituto de Ciência e Tecnologia de Lund.

A Bo01 foi o primeiro desenvolvimento/fase do novo bairro de  Malmö, designado como Västra Hamnen (O Porto Oeste) uma das principais áreas urbanas de desenvolvimento da cidade no futuro.

Mais se refere que, sempre que seja possível, as imagens recolhidas pelo autor do artigo na Bo01 serão referidas aos respetivos projetistas dos edifícios visitados; no entanto, o elevado número de imagens de interiores domésticos então recolhidas dificulta a identificação dos respetivos projetistas de Arquitetura, não havendo informação adequada sobre os respetivos designers de equipamento (mobiliário) e eventuais projetistas de arquitetura de interiores; situação pela qual se apresentam as devidas desculpas aos respetivos projetistas e designers, tendo-se em conta, quer as frequentes ausências de referências - que serão, infelizmente, regra em relação aos referidos designers -, quer os eventuais lapsos ou ausência de referências aos respetivos projetistas de arquitetura.

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XI, n.º 520
Artigo LXIX da Série habitar e viver melhor

A sala-comum: diversos hábitos e usos

Editor: António Baptista Coelho 
abc@lnec.pt e abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional



Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

domingo, fevereiro 08, 2015

519 - A sala-comum multifuncional - Infohabitar 519

Infohabitar, Ano XI, n.º 519
Artigo LXVII I da Série habitar e viver melhor


(nota: imagens removidas devido a problemas editoriais alheios à edição da Infohabitar)


Continuamos a Série editorial sobre "habitar e viver melhor", na qual temos acompanhado uma sequência espacial desde a vizinhança de proximidade urbana e habitacional até ao edifício multifamiliar, e neste os seus espaços comuns. Estamos agora a abordar , com algum detalhe, os espaços que constituem os nossos “pequenos” mundos domésticos e privativos, refletindo sobre as diversas facetas que os qualificam.


A sala-comum, para estar, conviver e para outros usos


António Baptista Coelho


O convívio familiar, a atividade que marca a sala-comum



Há quem diga que o convívio familiar, a atividade que marca em primeira linha a sala de estar ou sala-comum, é uma atividade cada vez menos efetiva, mas não se partilha tal ideia, que se julga estará na linha daquelas que face a um problema dele se afastam de forma a tentarem resolvê-lo por não lhe darem atenção; o que evidentemente não faz qualquer sentido.

Julga-se haver nesta matéria alguma confusão que terá a ver, essencialmente, com a ideia de que as pessoas não poderão conviver, em suas casas, nos sítios onde mais gostam de conviver, porque certos "especialistas" consideram que o convívio doméstico "tem" de acontecer dentro de determinados parâmetros funcionais e espaciais, excessivamente "zonados", hierarquizados e delimitados: o que verdadeiramente não parece, hoje em dia, fazer qualquer sentido quando queremos servir uma grande diversidade de modos de habitar o espaço doméstico.

Nesta linha de reflexão, que se considera sem sentido, estão, por exemplo, as famosas “cozinhas laboratório”, as zonas de refeições formais longe das janelas, os espaços de estar onde não cabe uma zona convivial mínima e as zonas de estar onde o estar para acontecer está num palco sem qualquer tipo de recato visual e de sossego.

E referem-se estes espaços pois todos eles, em termos gerais e se bem dimensionados e estruturados, podem ser, potencialmente, espaços conviviais domésticos e, portanto, espaços de primeira linha como zonas de estar.

O que é fundamental é que haja possibilidades de estar, em sossego ou em convívio, em cada habitação, um estar que pode acontecer numa ampla cozinha, numa sala de jantar ou numa sala de estar, ou então numa sala, sabiamente designada de “comum”, que pode integrar todos esses espaços e funções: preparação de refeições, refeições em comum, e estar sozinho ou acompanhado.



Fig. 01: Cozinha-sala de habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H4-5, Arquitetura: Jan Christer Ahlbäck.


Um estar que ele próprio tem um amplo leque de facetas de atividade


Um estar que ele próprio tem um amplo leque de facetas de atividade, tão distintas como estar simplesmente a repousar, estar a conviver num grupo razoavelmente amplo, estar a ver TV, ou, ainda e especialmente hoje em dia, estar a trabalhar ou a estudar.
Iremos falar mais à frente de outros espaços específicos onde tais atividades se realizam – como cozinhas, salas de jantar, etc. –, mas é importante sublinhar, desde já, que o que importa para uma casa mais estimulante é que esta atividade “nuclear”, convivial e tão enriquecedora de um "estar", mais sozinho ou mais em companhia, fazendo tantas coisas ou quase nada, se possa exercer da melhor forma possível, seja em espaços próprios, seja em espaços alternativos.

Uma tal opção significa a "programação" de um "estar" doméstico que proporcione que as pessoas se encontrem e convivam, na sua casa, porque o querem fazer e porque naqueles sítios há excelentes (ou pelo menos adequadas) condições para esse estar diversificado, e não porque há uma função que se designa “estar” e há um espaço único onde tal função parece ser possível (pelo menos "em planta") e onde, tantas vezes, é apenas miseravelmente possível.

De forma sintética o estar e o convívio domésticos, numa habitação que esteja entre condições dimensionais mínimas e excelentes (mas não excecionais), poderá acontecer, de forma privilegiada, associado: à preparação de refeições, à principal zona de lazer da casa; a espaços de lazer e de trabalho mais recatados; e, naturalmente, a espaços de dormir e fortemente privativos. E não se consideram situações excecionais em termos de espaço e de condições específicas, pois nestas não há praticamente limites para o apoio a esta função convivial doméstica.

O estar doméstico (convivial ou privatizado) deve ser possível em diversos espaços da habitação


O que importa aqui sublinhar é ser fundamental que o estar recatado e o estar convivial doméstico sejam possíveis nas melhores condições numa significativa alternativa de possibilidades: por exemplo, na cozinha, na sala-comum, em um dos quartos e, por exemplo, numa varanda.

">Fig. 02: Sala espacialmente estimulante em termos de sub-espaços e relações com outras zonas domésticas  de uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H 13-14, Arquitetura: Charles Moore, Ruble, Yudell, Bertil Öhrström.



Esta é a ideia que se quer sublinhar, que o estar doméstico não é uma obrigação “maquinal”, é uma excelente e desejável possibilidade, e que, sendo-o, tem de ter alternativas cativantes onde seja possível, e, mais do que ser possível, onde seja verdadeiramente agradável e enriquecedor das experiências individuais e comuns/familiares dos respetivos habitantes, porque dispondo de versatilidade de organizações de mobiliário e adequadas localizações.
Numa situação inversa teremos e temos, frequentemente, um único sítio onde o convívio doméstico mais alargado é possível, frequentemente, na designada sala-comum, tantas vezes mal localizada e, portanto, podendo prejudicar a vivência e o sossego doméstico, e onde, também frequentemente, o espaço disponível leva a organizações de mobiliário deficientes, muito pouco flexíveis, e onde o espaço sobrante é manifestamente insuficiente.

E por isto o estar deve ser previsto, tanto de forma concentrada na sala, como de modo disseminado nos vários quartos de dormir, com relevo para os dos jovens, como ainda em certas saletas e escritórios; embora o estar, a reunião e os tempos livres da família possam ter lugar privilegiado numa sala de família multifuncional, que pode existir com um carácter mais independente ou mais ligado à preparação de refeições, havendo na restante habitação outros espaços afins mas com funções mais particularizadas, tais como escritórios, saletas de cerimónia e quartos/sala, numa perspetiva que cumpra a tal diversificação de alternativas de estar e de múltiplas atividades domésticas que funcionará como verdadeiro catalisador da satisfação com a habitação.


Nota importante sobre as imagens que ilustram o artigo:

As imagens que acompanham este artigo e que irão, também, acompanhar outros artigos desta mesma série editorial foram recolhidas pelo autor do artigo na visita que realizou à exposição habitacional "Bo01 City of Tomorrow", que teve lugar em Malmö em 2001.

Aproveita-se para lembrar o grande interesse desta exposição e para registar que a Bo01 foi organizada pelo “organismo de exposições habitacionais sueco” (Svensk Bostadsmässa), que integra o Conselho Nacional de Planeamento e Construção Habitacional (SABO), a Associação Sueca das Companhias Municipais de Habitação, a Associação Sueca das Autoridades Locais e quinze municípios suecos; salienta-se ainda que a Bo01 teve apoio financeiro da Comissão Europeia, designadamente, no que se refere ao desenvolvimento de soluções urbanas sustentáveis no campo da eficácia energética, bem como apoios técnicos por parte do da Administração Nacional Sueca da Energia e do Instituto de Ciência e Tecnologia de Lund.

A Bo01 foi o primeiro desenvolvimento/fase do novo bairro de  Malmö, designado como Västra Hamnen (O Porto Oeste) uma das principais áreas urbanas de desenvolvimento da cidade no futuro.

Mais se refere que, sempre que seja possível, as imagens recolhidas pelo autor do artigo na Bo01 serão referidas aos respetivos projetistas dos edifícios visitados; no entanto, o elevado número de imagens de interiores domésticos então recolhidas dificulta a identificação dos respetivos projetistas de Arquitetura, não havendo informação adequada sobre os respetivos designers de equipamento (mobiliário) e eventuais projetistas de arquitetura de interiores; situação pela qual se apresentam as devidas desculpas aos respetivos projetistas e designers, tendo-se em conta, quer as frequentes ausências de referências - que serão, infelizmente, regra em relação aos referidos designers -, quer os eventuais lapsos ou ausência de referências aos respetivos projetistas de arquitetura.

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.


Infohabitar, Ano XI, n.º 519
Artigo LXVIII da Série habitar e viver melhor

A sala-comum multifuncional

Editor: António Baptista Coelho 
abc@lnec.pt e abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional


Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

domingo, fevereiro 01, 2015

518 - CORREDORES E ZONAS DE PASSAGEM DOMÉSTICAS - Infohabitar 518


Infohabitar, Ano XI, n.º 518

Tendências nos corredores e zonas de passagem domésticas
António Baptista Coelho
Artigo LXVII da Série habitar e viver melhor

Continuando a Série editorial sobre "habitar e viver melhor", na qual temos acompanhado uma sequência espacial desde a vizinhança de proximidade urbana e habitacional até ao edifício multifamiliar, e neste os seus espaços comuns, vamos, agora, falar com algum detalhe sobre os espaços que constituem os nossos “pequenos” mundos domésticos e privativos, refletindo sobre as diversas facetas que os qualificam.

Tendências nos corredores e zonas de passagem domésticas
Um dos aspectos que continua a ser estruturador de uma boa solução doméstica é que ela se caracterize por uma economia ponderada de circulações, conseguida através da mínima extensão e do aproveitamento máximo das circulações por corredor (por exemplo por dupla utilidade para circulação e para arrumações em roupeiros) e também mediante a mínima extensão e posicionamento estratégico das eventuais zonas de circulação obrigatória através de compartimentos mais sociais (por exemplo, quartos com acessos através de salas e cozinhas).
Mais do que uma questão de compartimentação as opções ligadas ao desenvolvimento de corredores e outros espaços de circulação doméstica têm a ver com opções fundamentais de organização e de formas de habitar.

(Exemplo) Escada doméstica como elemento "plástico" de habitação

Fig. 01: Escada doméstica como elemento "plástico" de habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H4-5, Arquitetura: Jan Christer Ahlbäck.

A circulação pode, praticamente, desaparecer, ficando o referido "espaço-concha" mínimo ou máximo, e, aliás, vale a pena lembrar que os espaços específicos de circulação terão sido uma invenção, seja nas habitações com serviçais, onde estes espaços existiam nas áreas de serviço, seja nas habitações “de rendimento” onde tais espaços de circulação acabam por ser a base que estrutura uma divisão espacial que proporciona um máximo aproveitamento de um dado espaço disponível e a máxima concentração da volumetria construtiva.
E lembremos, por exemplo, que hoje, por regra, não há empregados domésticos, embora as razões ligadas ao máximo aproveitamento espacial se mantenham – mas nesta matéria seria de grande interesse perceber-se melhor quais são as volumetrias construtivamente mais económicas, considerando os cuidados de construção e de equipamento (por exemplo, obrigatoriedade de ascensores).

(Exemplo) Circulação doméstica integrada no espaço habitacional



Fig. 02: Circulação doméstica integrada no espaço de uma habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H 13-14, Arquitetura: Charles Moore, Ruble, Yudell, Bertil Öhrström.
Uma ideia que pode ficar nesta matéria das circulações domésticas é que quando existam corredores estes devem ser razoavelmente largos e mobiláveis, constituindo verdadeiros compartimentos, que até podem ter luz natural (directa ou indirecta), ou usáveis como acesso a arrumações úteis, e que o seu desenvolvimento deve ser extremamente cuidadoso e justificado.
Outra ideia que deve ficar é que estará na altura de se colocarem em causa opções de hierarquização doméstica, que têm sido consideradas positivas – por exemplo, ligadas à definição de zonas domésticas mais íntimas e mais sociais – e que são, por vezes, positivas, proporcionando diversidade de actividades e privacidade entre actividades, mas que, outras vezes, são negativas, pois acabam por “obrigar” a um funcionamento "maquinal", unívoco e rigidamente hierarquizado de uma habitação, com problemas seja na adequação a diversos modos de habitar, seja à evolução dos modos de habitar pela qual passam todas as famílias.

(Exemplo): Circulação doméstica como elemento "protagonista" de uma habitação


Fig. 03: Circulação doméstica de habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H 4-5, Arquitetura: Bengt Hidemark.
E em tudo isto a reflexão sobre as circulações domésticas é fundamental, quando se concebe e quando se escolhe uma habitação. E é bem interessante pensar que esta matéria que, há vinte/trinta anos era assunto secundário na concepção doméstica, é hoje, talvez, assunto prioritário, seja por aspectos de poupança de recursos financeiros (habitações mais pequenas), seja pela dinamização que estas opções funcionais provocam no desenvolvimento de novos modelos de organização/vida doméstica.

(Exemplo): Escada doméstica, como "elemento central" de habitação

Fig. 04: Escada doméstica, como "elemento central" de habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H  33-34, Arquitetura: Greger Dahlström.
Corredores e escadas são elementos que podem caracterizar uma habitação, de forma extremamente positiva e significativa; também são elementos difíceis de utilizar e por isso no seu desenvolvimento fica evidenciada a qualidade arquitectónica de uma dada solução habitacional – condição esta que se aplica tanto aos edifícios unifamiliares , caraterizados por uma natural maior liberdade organizacional e espacial, seja ás habitações integradas em edifícios multifamiliares.
Bons corredores e boas escadas residenciais fazem excelentes soluções domésticas, daquelas que vemos nas revistas, e boas porque aliam, frequentemente, funcionalidades e atractividade, associando à necessidade de proporcionar acesso doméstico outros tipos de condições e mesmo "qualidades" habitacionais, por exemplo em termos de ambientes dimensionais e cromáticos, servindo estratégias específicas de estruturação e atractividade domésticas, portanto, dando acesso, mostrando e estruturando, numa evidenciada relação forma – função .

(Exemplo): Circulação doméstica como "elemento central" de habitação

Fig. 05: Circulação doméstica como "elemento central" de habitação do conjunto urbano "Bo01 City of Tomorrow", desenvolvido no âmbito da exposição que teve lugar em Malmö em 2001 (ver nota final) - H  30, Arquitetura: Gert Wingard, Monica Riton.

Nota importante sobre as imagens que ilustram o artigo:

As imagens que acompanham este artigo e que irão, também, acompanhar outros artigos desta mesma série editorial foram recolhidas pelo autor do artigo na visita que realizou à exposição habitacional "Bo01 City of Tomorrow", que teve lugar em Malmö em 2001.

Aproveita-se para lembrar o grande interesse desta exposição e para registar que a Bo01 foi organizada pelo “organismo de exposições habitacionais sueco” (Svensk Bostadsmässa), que integra o Conselho Nacional de Planeamento e Construção Habitacional (SABO), a Associação Sueca das Companhias Municipais de Habitação, a Associação Sueca das Autoridades Locais e quinze municípios suecos; salienta-se ainda que a Bo01 teve apoio financeiro da Comissão Europeia, designadamente, no que se refere ao desenvolvimento de soluções urbanas sustentáveis no campo da eficácia energética, bem como apoios técnicos por parte do da Administração Nacional Sueca da Energia e do Instituto de Ciência e Tecnologia de Lund.

A Bo01 foi o primeiro desenvolvimento/fase do novo bairro de  Malmö, designado como Västra Hamnen (O Porto Oeste) uma das principais áreas urbanas de desenvolvimento da cidade no futuro.

Mais se refere que, sempre que seja possível, as imagens recolhidas pelo autor do artigo na Bo01 serão referidas aos respetivos projetistas dos edifícios visitadosno entanto, o elevado número de imagens de interiores domésticos então recolhidas dificulta a identificação dos respetivos projetistas de Arquitetura, não havendo informação adequada sobre os respetivos designers de equipamento (mobiliário) e eventuais projetistas de arquitetura de interioressituação pela qual se apresentam as devidas desculpas aos respetivos projetistas e designers, tendo-se em conta, quer as frequentes ausências de referências - que serão, infelizmente, regra em relação aos referidos designers -, quer os eventuais lapsos ou ausência de referências aos respetivos projetistas de arquitetura.

Notas editoriais:
·       (i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
·       (ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XI, n.º 518

Artigo LXVII da Série habitar e viver melhor
Tendências nos corredores e zonas de passagem domésticas
Editor: António Baptista Coelho – abc@lnec.pt e abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional

Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.