segunda-feira, setembro 25, 2017

611 - Adaptabilidade nas habitações - Infohabitar 611

Infohabitar, Ano XIII, n.º 611

“Sobre a Desejável Adaptabilidade das Habitações” – 11 artigos sobre o tema

por António Baptista Coelho

Tal como foi anteriormente divulgado, a Infohabitar retomou as suas edições regulares, através da edição de um novo artigo em cada semana, preferencialmente, logo à segunda-feira, aproveitando-se para, mais uma vez, enviar um amigável desafio aos leitores no sentido de poderem enviar para o editor (mail referido no final do artigo) propostas de artigos para edição.

Considerando que, durante já um número muito significativo de semanas a Infohabitar tem editado artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver Melhor”, lembrámo-nos de proporcionar uma “revisão da matéria dada”, antes de prosseguirmos na edição desta série.

Neste sentido e neste artigo apresentam-se, em seguida, os títulos interativos dos artigos da série “Habitar e Viver Melhor”, que abordam temáticas relativas ao elevado potencial de adaptabilidade que pode ser proporcionado pelas nossas habitações ou “mundos Domésticos”, e aproveitando-se para acrescentar, no final do artigo, uma muito pequena e informal nota de reflexão sobres estas apaixonantes e tão atuais matérias.

Em próximos artigos iremos disponibilizar reflexões sobre a estruturação e os conteúdos possíveis e desejáveis nos espaços comuns das habitações e, sequencialmente, nos diversos espaços habitacionais mais privados e personalizados.

Lembra-se que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o poder consultar.

Lembra-se, ainda, que por motivos alheios à Infohabitar, que muito lamentamos e que já apontámos, na Infohabitar, a maior parte dos artigos desta série editorial não conta, neste momento, com as respetivas ilustrações; estando, no entanto, disponíveis todos os seus textos, que se caraterizam por expressiva autonomia relativamente às referidas imagens.

Finalmente regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de setembro de 2017, em boa parte, sediado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados por estas entidades.

São os seguintes os 11 artigos disponibilizados sobre o tema da Desejável Adaptabilidade das Habitações” (“mundos domésticos”):

Os nossos pequenos mundos domésticos e pessoais: introdução

Mundos domésticos e pessoais: habitação e espaços da habitação, temas de desenvolvimento

Novas formas de habitar

Diversidade na organização habitacional

Algumas reflexões gerais sobre a adaptabilidade doméstica

Adaptabilidade e habitação

Adaptabilidade/flexibilidade e tipologia habitacional

Bons espaços e ambientes domésticos I

Bons espaços e ambientes domésticos II

Viver ao nível térreo I

Viver ao nível térreo II

Sobre as temáticas associadas e associáveis à matéria geral da “Adaptabilidade das Habitações ou «Mundos Domésticos»” muito há a dizer e sublinha-se que o que a seguir se aponta, em alguns parágrafos temáticos, corresponde, apenas, a uma informal reflexão sobre estes urgentes e importantes assuntos.

Considerando-se que a racionalidade construtiva e, sequencialmente, de custos tem a ver, muito mais, com muitos outros aspectos do que com aqueles associados às características organizativas e formais/funcionais das habitações que nos envolvem, servem e enriquecem em termos de dia-a-dia; e lembrando que os actuais modos de projeto/obra proporcionam uma elevadíssima fiabilidade na execução final das intervenções e uma elevada versatilidade numa concepção doméstiva capaz de se aproximar de muitos gostos e necessidades habitacionais, harmonizando estas variadas soluções no quadro de um mesmo edifício; e lembrando, finalmente, que já seria altura de se desenvolver uma adequada revisão e fusão regulamentar em todos os aspectos que possam ser hoje considerados como desactualizados ou criticamente aplicáveis.


Ficamos um pouco com a ideia de que, hoje em dia, cada vez mais poucas desculpas existem para não se desenvolverem excelentes projectos/obras habitacionais, positivamente inovadores, designadamente, na versatilidade formal e funcional das soluções oferecidas e, consequentemente, numa mais íntima ligação aos desejos habitacionais dos moradores, condição esta bem distinta das opções quase “monofuncionais”, organizativa e hierarquicamente rígidas, que marcaram, positivamente, o então inovador funcionalismo/racionalismo arquitectónico, cujas primeiras e mais marcantes obras estarão a aproximar-se de fazer cerca de um século, mas cuja excessiva e mal informada utilização marcou, de forma muito negativa e ampla, o habitat humano, designadamente, no período que se seguiu à 2.ª Guerra Mundial.

Uma excessiva e mal informada utilização do “funcionalismo urbano e habitacional”, desenvolvida, seja em intervenções “oficiais”, seja em tantas promoções privadas, que encontraram nos “preceitos” urbanos e habitacionais racionalistas uma quase desculpa para a produção massiva, sem escala humana, repetida por vezes doentiamente, de soluções habitacionais extremamente idênticas (em termos organizativos, hierárquicos, “ambientais”, etc.), que, tantas vezes, apenas se distinguiam pelo número de “quartos de dormir” que integravam/integram; situação esta que gerou, depois, até a sua respectiva e “maquinal” designação por T0, T1, T2 , T3, etc., consosante o respectivo número de quartos de dormir.

No artigo aqui editado na passada semana já fizemos uma ponte para a possibilidade de se desenvolverem edifícios funcionalmente mistos e formal e funcionalmente diversificados, em termos de variados aspectos com relevo para as soluções de acessibilidade oferecidas e para a própria dimensão do edifício; e é neste sentido, que, esta semana, se aborda, aqui na Infohabitar, a habitação, o “mundo doméstico” de cada um de nós, o ambiente formal e funcional que nos deverá apoiar e enriquecer no dia-a-dia, também numa perspectiva de potencial diversidade e adaptabilidade das soluções formais e funcionais disponibilizadas, seja em termos de novas necessidades e grupos socioculturais e etários a servir (por exemplo: numerosos idosos, pessoas que vivam sós, cais jovens, condicionados na mobilidade e na percepção, minorias étnicas , etc.), seja em termos da “simples” possibilidade de cada família e cada habitante poder ter “uma casa” realmente mais próxima dos seus sonhos e preferências de habitar.

E há que acreditar ser este um tema tão inovador como rico, pois, globalmente, podemos e devemos “refazer” a nossa própria forma de pensar a concepção habitacional, desde a vizinhança, passando pelos espaços comuns do edifício, até ao “nosso” mundo doméstico, de formas diversificadas e, há que dizê-lo, positivamente surpreendentes em termos formais e funcionais. Tal não é fácil, pois boa parte da nossa formação (designadamente dos arquitectos e engenheiros civis) teve por base a “cartilha” funcionalista, aliás, bem reforçada na própria base regulamentar; mas é urgente e essencial repensar as possibilidades de concepção do habitat humano, naturalmente, centradas na elaboração dos espaços habitacionais, usando um máximo de referências históricas e de casos de referência, entre as quais as funcionalistas mas não de forma exclusiva, integrando os novos meios tecnológicos, considerando as novas necessidades e os novos problemas e procurando gerar positivas propostas de soluções, que depois deverão ser adequadamente estudadas em termos de análises pós-ocupação.

Importa, assim, abordar um amplo leque de formas/soluções habitacionais, considerando, em cada uma delas, uma adequada diversidade organizacional e de ambiente geral.
Nestas matérias a adaptabilidade doméstica é assunto incontornável, seja numa base passiva, em termos de condições habitacionais capazes de servir bem muitos gostos e necessidades de vida diária, seja numa base razoavelmente activa de proporcionarem boa capacidade para adequadas e fáceis conversões a desejos de base e a mudanças de desejos e necessidades residenciais.

Importa, urgentemente, recuperar uma reflexão sobre o espaço doméstico em que o seu adequado desenvolvimento funcional se harmonize, em pé de igualdadade, com o seu adequado e bem apropriado desenvolvimento formal/”ambiental”; pois a nossa “casa”, essencialmente, não pode ser uma máquina, tem de ser um espaço “envolvente” e amplamente agradável, em termos espaciais e ambientais, que enriqueça, realmente, a nossa vida diária, e que, complementarmente, seja um espaço funcionalmente bem estruturado e equipado.

E em todos estes aspectos importa considerar, de forma específica, o potencial e a caracterização específica que corresponde à opção de se viver ao nível térreo; uma opção que pode e deve ter os seus positivos reflexos, seja a nível doméstico, seja a nível urbano; o tratamento dos pisos térreos habitacionais e funcionalmente mistos tem de ser especificamente considerada nas suas condicionantes e potencialidades.

e a estas matérias voltaremos …

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XIII, n.º 611
“Sobre a Desejável Adaptabilidade das Habitações” – 11 artigos sobre o tema
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
Editado nas instalações do Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT) do Departamento de Edifícios (DED) do LNEC; Infohabitar, Revista do GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional – Associação com sede na Federação Nacional de Cooperativa de Habitação Económica (FENACHE).

Apoio à Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

segunda-feira, setembro 18, 2017

610 - Espaços Comuns do Edifício Habitacional - Infohabitar 610

Infohabitar, Ano XIII, n.º 610

Espaços Comuns do Edifício Habitacional

por António Baptista Coelho

Tal como foi anteriormente divulgado, a Infohabitar está a retomar as suas edições regulares, procurando disponibilizar um novo artigo em cada semana e preferencialmente à segunda-feira, aproveitando-se para, mais uma vez, enviar um amigável desafio aos leitores no sentido de poderem enviar para o editor (mail referido no final do artigo) propostas de artigos para edição.

Considerando que, durante já um número muito significativo de semanas a Infohabitar tem editado artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver Melhor”, lembrámo-nos de proporcionar uma “revisão da matéria dada”, antes de prosseguirmos na edição desta série.

Neste sentido e neste artigo apresentam-se, em seguida, os títulos interativos dos artigos da série “Habitar e Viver Melhor”, que abordam temáticas relativas aos “Espaços Comuns do Edifício Habitacional”, e aproveitando-se para acrescentar, no final do artigo, uma muito pequena e informal nota de reflexão sobres estas apaixonantes e tão atuais matérias.

Em próximos artigos iremos disponibilizar reflexões sobre a estruturação e os conteúdos possíveis e desejáveis nos espaços comuns das habitações e, sequencialmente, nos diversos espaços habitacionais mais privados e personalizados.

Lembra-se que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o poder consultar.

Lembra-se, ainda, que por motivos alheios à Infohabitar, que muito lamentamos e que já apontámos, na Infohabitar, a maior parte dos artigos desta série editorial não conta, neste momento, com as respetivas ilustrações; estando, no entanto, disponíveis todos os seus textos, que se caraterizam por expressiva autonomia relativamente às referidas imagens.

Finalmente regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de setembro de 2017, em boa parte, sediado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados por estas entidades.

São os seguintes os 8 artigos disponibilizados sobre o tema: “Espaços Comuns do Edifício Habitacional”:

A importância dos espaços comuns ou semi-privados nos edifícios multifamiliares (I)

. A importância dos espaços comuns ou semi-privados nos edifícios multifamiliares (II) - os perfis de qualidade e de criatividade nos espaços comuns habitacionais

. Sobre as entradas comuns habitacionais - parte I

. Sobre as entradas comuns habitacionais - parte II 

. Dos átrios comuns habitacionais aos outros espaços de condomínio

. Escadas comuns e elevadores residenciais

. Galerias comuns e patins residenciais

. Do edifício comum aos mundos domésticos 



Sobre as temáticas associadas e associáveis aos “Espaços Comuns do Edifício Habitacional” muito há a dizer e sublinha-se que o que a seguir se aponta, em oito parágrafos temáticos, corresponde, apenas, a uma informal reflexão sobre estas excelentes matérias.

Um primeiro aspecto a considerar consiste, naturalmente, no protagonismo dos espaços comuns do edifício habitacional multifamiliar na sua caracterização e “ADN” tipológico, considerando-se não uma simplificada identidade tipológica, mas sim uma definição tipológica “fina”, que integre, designadamente e de forma não exaustiva, desde aspetos de dimensão geral e altura do edifício, a aspetos de caraterização dos tipos de acessos verticais e horizontais, a matérias associadas com as relações exterior/interior proporcionadas, a aspetos de diversidade de espaciosidades e instalações comuns oferecidas, a matérias de relacionamento entre os acessos às habitações, os espaços comuns e o exterior do edifício e a matérias de conjugação de usos (usos mistos, não apenas residenciais) servidas e potenciadas pelos espaços comuns do edifício.

E ainda dentro deste aspecto de reflexão tipológica há que integrar a consideração das tipologias de transição entre o uni e o multifamiliar, frequentemente designadas de “intermediárias” e daquelas mistas e extremamente ricas em termos de imagens urbanas pormenorizadas, porque associam e fundem diversas tipologias – por exemplo: unifamiliares densos, intermediárias, pequenos e médios multifamilares com variadas características em termos de acessibilidade comum e privada; e cuja riqueza muito decorre do complexo de espaços de acesso que aí são proporcionados (semi-privados, comuns, comuns de uso público e públicos).

Um outro aspecto, mais específico, a ter em conta pode ser definido em termos das características de “extensão da rua” proporcionadas pelos espaços comuns do edifício, uma extensão naturalmente condicionada e controlada e que pode corresponder, no limite, a um conjunto bem expressivo de barreiras difícieis de transpor, ou a uma ligação muito natural e directa entre “a rua” – espaço público ou de uso público – e o acesso à habitação de cada agregado familiar.

Uma outra matéria ligada a esta última corresponde ao que se pode designar de potencial de “extensão da habitação” que é proporcionado pelos espaços comuns do edifício “casa”, e aqui trata-se, não apenas, do “espelho” da referida “extensão da rua”, mas dos espaços de relação/passagem e transição entre espaços privados e espaços comuns, seja em termos de vistas como de potencial de “mistura” e de apoio a um bom funcionamento de ambos.

Outras matérias ligam-se ao papel protagonista que a estruturação e a caracterização pormenorizada dos espaços comuns habitacionais têm na identidade da respectiva intervenção urbana do edif´cio multifamiliar e predominantemente residencial, com destaques específicos, quer para a escala humana atingida e o respectivo sentido de relação muito directa entre edifício e “homem”, em termos de proporções e de usos pormenorizados e dos seus reflexos nas matérias ligadas ao importante sentido “misto” de aproximação, abrigo e identificaçãoe escala urbana, quer para a escala urbana obtida, que tem, naturalmente, de se harmonizar com a primeira, mas que terá objetivos específicos de integração e imagem urbanas, com reflexos em importantes aspetos entre os quais se podem destacar as características de dignidade/atractividade e de relativa sobriedade que parecem ser, geralmente, desejáveis.

Um outro aspecto importante na caracterização dos espaços comuns de um edifício habitacional pode ser definido em termos do seu potencial de naturalização, ou da sua capacidade para integrar elementos naturais de vegetação e/ou de integração em zonas marcadas pela vegetação; uma matéria que tem de ser assumida seja pela forte abertura a essa capacidade, seja por uma assumida mas bem integrada capacidade de contraste com o verde urbano. Esta é uma matéria que apenas aparentemente é menos importante/interessante, recomendando-se a procura e a análise de soluções de expressiva integração da natureza nos espaços comuns habitacionais para se atentar no seu verdadeiro potencial integrador e caracterizador.

Naturalmente que os espaços comuns de um edifício habitacional têm de ser adequadamente caracterizados por aspetos qualitativos básicos, designadamente, em termos de acessibilidade, segurança no uso e contra riscos de incêndio, conforto ambiental e capacidade de manutenção; trata-se de uma matéria incontornável e já devidamente desenvolvida em muitos estudos e “guias de desenho”, que devemos sempre salientar, mas procurando sempre harmonizar com as características de conforto e “domesticidade” que se julga deverem caracterizar os espaços que antecedem e envolvem os nossos aspaços domésticos mais privados, parecendo, portanto, muito pouco aceitáveis ambientes “maquinais”, estritamente funcionalistas, “áridos” e sem identidade – e este é um complexo mas bem importante desafio que se faz ao projectista.

Outros aspectos qualitativos básicos, menos evidentes no que se refere a uma prática projectual residencial considerada mais corrente, ligam-se ao relevo dado à importância dos “pares” qualitativos associados tanto à identidade/apropriação, como à convivialidade/privacidade. Não se irá aqui desenvolver este duplo caminho de reflexão sobre os espaços comuns habitacionais referindo-se, apenas, que são matérias, expressivamente ausentes do mau projecto residencial e presentes, metamorfoseadas, em muitos dos melhores casos de referência habitacionais e urbanos, que associam o sentido de “casa sua” mesmo em grandes multifamiliares, seja por “formas” de base, seja por aspectos “dinâmicos” e participados pelos respectivos moradores e que integram aspetos de harmonização entre a cabal defesa da privacidade doméstica e uma adequada proposta de convívio, ainda que estrategicamente limitado e delimitado em determinados “pontos” e espaços do edifício e da sua envolvente.

E, finalmente, parece ser importante e interessante reflectir sobre como instilar na concepção e mesmo na vivência do edifício multifamiliar e, designadamente, dos seus espaços comuns, aspectos qualitativos básicos associados às respectivas relações urbanas pormenorizadas, considerando-se, desde as matérias da integração no que se refere à imagem urbana local às matérias específicas associáveis ao que se pode considerar como sendo a sua muito desejável e intensa coesão e vitalização térreas.

Fora desta sequência de reflexões mais ligada ao edifício propriamente dito há que apontar aqui, de forma destacada, a importância que tem a consideração dos tipos de moradores esperados, tendo-se em conta aqueles com maior condicionamento em termos de deslocação e percepção e visando-se, desejavelmente, a criação de edifícios e agregados de edifícios em que se vise a possível e melhor convivência entre diversos níveis etários e dimensões de agregados familiares, tendo-se bem presente a expressiva e crescente presença dos idosos e de pessoas com reduzida autonomia na nossa sociedade e considerando-se que uma boa parte do êxito de edifícios dirigidos para uma ampla mistura sociocultural e etária se joga nos seus espaços comuns e na relação destes e dos espaços domésticos com a envolvente urbana.
e a estas matérias voltaremos …

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XIII, n.º 610
“Espaços Comuns do Edifício Habitacional” – 8 artigos sobre o tema
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional

Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

segunda-feira, setembro 11, 2017

609 - Relações entre Vizinhança Urbana e Edifício Habitacional – Infohabitar 609

Infohabitar, Ano XIII, n.º 609

Relações entre Vizinhança Urbana e Edifício Habitacional 

por António Baptista Coelho

Tal como foi anteriormente divulgado, a Infohabitar está a retomar as suas edições regulares, procurando disponibilizar um novo artigo em cada semana e preferencialmente à segunda-feira, aproveitando-se para, mais uma vez, enviar um amigável desafio aos leitores no sentido de poderem enviar para o editor (mail referido no final do artigo) propostas de artigos para edição.

Considerando que, durante já um número muito significativo de semanas a Infohabitar tem editado artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver Melhor”, tendo em conta o elevado número de artigos editados e porque estamos numa altura de reinício das atividades regulares da nossa revista, lembrámo-nos de proporcionar uma “revisão da matéria dada”, antes de prosseguirmos na edição desta série.

Neste sentido apresentam-se, em seguida, os títulos interativos dos artigos da série, que abordam temáticas da natureza do habitar e da relação do sítio que habitamos e das suas caraterísticas com a qualidade habitacional atingida, neste caso, sob o título geral: “Relações entre Vizinhança Urbana e Edifício Habitacional” e aproveitando-se para acrescentar, no final do artigo, uma muito pequena e informal nota de reflexão sobres estas apaixonantes e tão atuais matérias.

Em próximos artigos iremos disponibilizar reflexões sobre a estruturação de um edifício habitacional e dos seus espaços comuns e, sequencialmente, entraremos nos diversos espaços habitacionais privados.

Lembra-se que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o poder consultar.

Lembra-se, ainda, que por motivos alheios à Infohabitar, que muito lamentamos e que já apontámos, na Infohabitar, a maior parte dos artigos desta série editorial não conta, neste momento, com as respetivas ilustrações; estando, no entanto, disponíveis todos os seus textos, que se caraterizam por expressiva autonomia relativamente às referidas imagens.
Finalmente regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de setembro de 2017, em boa parte, sediado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados por estas entidades.




São os seguintes os 12 artigos disponibilizados sobre o tema: Relações entre Vizinhança Urbana e Edifício Habitacional” (e que podem ser consultados, simplesmente, clicando no respetivo título)

É muito interessante considerar estas matérias associadas às “Relações entre Vizinhança Urbana e Edifício Habitacional” como elementos que caraterizam cada intervenção urbana e residencial, em muitos aspetos de qualificação arquitetónica, como, por exemplo, a acessibilidade, a agradabilidade/conforto ambiental, a comunicabilidade/permeabilidade, a privacidade e convivialidade, a eventual domesticidade e a sempre essencial integração, entre outras matérias, visando-se a geração de um perfil urbano-residencial bem identificável, numa opção que, embora infelizmente ainda pouco generalizada, é subatancialmente conhecida e aplicada.

Mas será pelo menos tão interessante e muito mais inovador e estimulante considerar estas diversificadas matérias associadas às “Relações entre Vizinhança Urbana e Edifício Habitacional”, que aqui foram apenas muito globalmente apontadase de modo nada exaustivo, como elementos diretamente protagonistas e geradores do “jogo” tipológico urbano-residencial ou de um renovado “jogo” tipológico urbano-residencial, cujo desenvolvimento é bem urgente, seja na resposta às atualmente muito renovadas e diversifidadas novas formas de habitar cidade e “casa”, seja face às “novas” necessidades habitacionais – com destaque para os pequenos agregados familiares, pessoas sós e idosos – seja, considerando-se o excelente e rico potencial que muitas dessas “novas” tipologias urbano-habitacionais têm no que se refere à igualmente urgente revitalização/reanimação de centros urbanos históricos e periféricos, apostando-se naquilo que é já desiganada de “densificação doce/suave”, tipologicamente cuidada e funcionalmente diversificada e vitalizada/vitalizadora.

E fica ainda um terceiro aspeto que muito se liga aos anteriores e que se resume no papel que pode e deve ter este renovado labor tipológico na cuidada, mas expressiva, melhoria das imagens urbanas preexistentes, numa opção, naturalmente, associada à criação de uma imagem urbana plenamente viva e “utilizável” em “profundidade”, pelo peão.

e a estas matérias voltaremos …

Notas editoriais:
(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XIII, n.º 609
“Relações entre Vizinhança Urbana e Edifício Habitacional” – 12 artigos sobre o tema
Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional

Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.

segunda-feira, setembro 04, 2017

608 - Habitar a Vizinhança Urbana – Infohabitar 608

Infohabitar, Ano XIII, n.º 608
Habitar a Vizinhança Urbana
por António Baptista Coelho

Tal como foi anteriormente divulgado, a Infohabitar está a retomar as suas edições regulares, procurando disponibilizar um novo artigo em cada semana e preferencialmente à segunda-feira, aproveitando-se para, mais uma vez, enviar um amigável desafio aos leitores no sentido de poderem enviar para o editor (mail referido no final do artigo) propostas de artigos para edição.

Considerando que, durante já um número muito significativo de semanas a Infohabitar tem editado artigos integrados no âmbito da série designada “Habitar e Viver Melhor”.
Tendo em conta o elevado número de artigos editados e porque estamos numa altura de reinício das atividades regulares da nossa revista, lembrámo-nos de proporcionar uma “revisão da matéria dada”, antes de prosseguirmos na edição desta série.

Neste sentido apresentam-se, em seguida, os títulos interativos dos primeiros artigos da série, que abordam temáticas da natureza do habitar e da relação do sítio que habitamos e das suas caraterísticas com a qualidade habitacional atingida, sob o título geral: “Habitar a Vizinhança Urbana” e aproveitando-se para acrescentar ao texto que se segue uma muito pequena e informal nota de reflexão sobres estas apaixonantes e tão atuais matérias.

Em próximos artigos iremos disponibilizar uma base de estruturação de um edifício habitacional e dos seus espaços comuns e, sequencialmente, entraremos nos diversos espaços habitacionais privados.

Lembra-se que bastará ao leitor “clicar” no título do artigo que lhe interessa para o poder consultar.
Salienta-se que a ordem de apresentação dos artigos que é em seguida adotada não cumpre, integralmente, a ordem em que foram editados, porque se entendeu ser preferível introduzir algumas, poucas, alterações na respetiva sequência.

Lembra-se, ainda, que por motivos alheios à Infohabitar, que muito lamentamos e que já apontámos, na Infohabitar, a maior parte dos artigos desta série editorial não conta, neste momento, com as respetivas ilustrações; estando, no entanto, disponíveis todos os seus textos, que se caraterizam por expressiva autonomia relativamente às referidas imagens.

Finalmente regista-se que o processo editorial da Infohabitar, revista ligada à ação da GHabitar - Associação Portuguesa de Promoção da Qualidade Habitacional (GHabitar APPQH) – associação que tem a sede na Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (FENACHE) –, voltou a estar, desde o princípio de setembro de 2017, em boa parte, sediado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e nos seus Departamento de Edifícios e Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT); aproveitando-se para se agradecer todos os essenciais apoios disponibilizados por estas entidades.




São os seguintes os cerca de 20 artigos disponibilizados sobre o tema: “Habitar a Vizinhança Urbana”


Habitar pode e deve caraterizar-se por muito mais do que o “simples” habitar de uma dada habitação, qualificada como espaço essencialmente privado, pois um verdadeiro “habitar” pode e deve poder exercer-se no próprio eventual edifício comum/coletivo/multifamiliar onde se integra essa habitação e, também, na respetiva vizinhança urbana e paisagística; para além de que o próprio habitar mais privado, que se exerce dentro dos limites de uma dada unidade/célula habitacional, também pode e deve ter contornos socializadores (menos privados) e harmonizar vários espaços habitacionais privados e diversas atividades, que podem ser mais ou menos domésticas.

Esta ideia, que se pretende possa ser expressivamente prática, para lá do seu natural sentido teórico, relaciona-se diretamente com uma urgente diversificação e invenção tipológica, expressivamente direcionada para novas tipologias de habitações, de edifícios com conteúdos habitacionais e funcionais diversificados e de vizinhanças urbanas igualmente com conteúdos habitacionais e funcionais diversificados; uma reinvenção tipológica cuja urgência decorre da necessidade de resposta a novas formas de habitar casa, cidade e paisagem, a renovadas e novas necessidades humanas e funcionais, ligadas a um expressivamente novo perfil de habitantes e também a renovadas e novas necessidades urbanas e até paisagísticas.

Os artigos “arrumados” e direcionados neste texto não pretendem, evidentemente, dar resposta sistemática a estas questões, mas apenas contribuir para a sua discussão de uma maneira agradavelmente informal, recolocando o habitar urbano numa perspetiva talvez mais humana e natural, que procura investigar e discutir novas e velhas relações, imaginando um habitar mais integrado, estimulantemente sequenciado e até positivamente lúdico.

Há a certeza que se foi pouco longe nos textos dos diversos artigos que se apontam neste texto e nos textos editados nas próximas semanas, no entanto há que começar por algum lado e aproveitaram-se as “estruturas” razoavelmente “clássicas” da vizinhança, do edifício multifamiliar e da habitação para se refletir sobre “habitar e viver melhor” com melhor Arquitectura habitacional e urbana.

Considerando, agora, específica e muito brevemente as questões levantadas e o riquíssimo potencial arquitetónico e habitacional da vizinhança urbana, o que apenas e desde já queremos apontar é que a conceção de um “melhor habitar” deve considerar proximidades e relações urbanas vizinhas, deve incorporar espaços públicos e de uso público na sua génese, tanto em termos de “simples” relações visuais como em tudo o que tem a ver com matérias tão distintas e importantes como o conforto ambiental e social, e deve ousar inovar no sentido de se aproveitarem e maximizarem as caraterísticas locais, tanto ao serviço dessas matérias como da construção da sóbria identidade de cada intervenção; uma corajosa e vital inovação que deve ter em conta como se fez essa integração entre habitação e cidade densa, ao longo dos séculos, assim como as necessidades e potencialidades actuais de uma adequada vivência urbana tão local e doméstica como “central” e muito dinamizada.

De certa forma parece ser, hoje em dia, bem oportuno retomar – agora, naturalmente, de forma bem premeditada – a consideração do habitar a uma verdadeira escala de vizinhança de proximidade, estabelecendo-se sequências, alianças, compensações e misturas funcionais e imagéticas ricas e estimulantes, pois sendo mais complexa uma tal opção ela é expressivamente muito mais completa e gratificante quando habitada e assume-se, muito mais, como elemento dinamizador de todo o espaço urbano;

e a estas matérias voltaremos …

Notas editoriais:

(i) Embora a edição dos artigos editados na Infohabitar seja ponderada, caso a caso, pelo corpo editorial, no sentido de se tentar assegurar uma linha de edição marcada por um significativo nível técnico e científico, as opiniões expressas nos artigos e comentários apenas traduzem o pensamento e as posições individuais dos respectivos autores desses artigos e comentários, sendo portanto da exclusiva responsabilidade dos mesmos autores.
(ii) De acordo com o mesmo sentido, de se tentar assegurar o referido e adequado nível técnico e científico da Infohabitar e tendo em conta a ocorrência de uma quantidade muito significativa de comentários "automatizados" e/ou que nada têm a ver com a tipologia global dos conteúdos temáticos tratados na Infohabitar e pelo GHabitar, a respetiva edição da revista condiciona a edição dos comentários à respetiva moderação, pelos editores; uma moderação que se circunscreve, apenas e exclusivamente, à verificação de que o comentário é pertinente no sentido do teor editorial da revista; naturalmente , podendo ser de teor positivo ou negativo em termos de eventuais críticas, e sendo editado tal e qual foi recebido na edição.

Infohabitar, Ano XIII, n.º 608
“Habitar a Vizinhança Urbana” – mais de 20 artigos sobre o tema

Infohabitar
Editor: António Baptista Coelho
abc.infohabitar@gmail.com
GHabitar (GH) Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional

Edição: José Baptista Coelho - Lisboa, Encarnação - Olivais Norte.